quarta-feira, 14 de março de 2012

Histórias de Peão. Parte XII

Bem vinda cegonha.

Certa tarde, meu avô apareceu a minha porta. Estranhei, mas, enfim, fazia alguns meses que não nos víamos. Eu estava usando uma blusa folgada, não dava pra aparecer nada. Até mesmo porque, eu não tinha barriga nenhuma.

Ele tinha uma pasta nas mãos. O convidei a entrar, conversamos amenidades e ele foi se irritando.

Até que não agüentou mais, puxou a fatura do meu cartão e me pediu uma explicação.

-Eu não gastei tanto assim.
-Então vamos falar, sobre o que gastou.-Ele pegou o papel, sublinhou algumas coisas e me devolveu.-Explique agora.

O nome das lojas de bebê, das clínicas aonde eu havia me consultado. Não tinha nada detalhado, mas pra bom entendedor, meia palavra basta. E meu avô era esperto igual a uma raposa velha.

-Então, desembucha.
-Você não quer beber nada primeiro?
-Não, é capaz de não me controlar e te dar uma surra.-Ele falou irritado.-Então, estou esperando.
-Não era pra eu ter essa conversa, com meus pais?
-Seus pais são dois parvos. Quem resolve questões entre a família sou eu.
-E você pretende entregar meu bebê pra algum peão da fazenda, igual fez com o Gabriel?
-Então, você está mesmo grávida.
-Estou.
-Ao menos sabe quem é o pai?
-O Gabriel.-Subi as pernas e abracei os joelhos.
-De novo a mesma história.-Ele recostou na poltrona e jogou uma perna por cima da outra.­-Precisamos resolver o que vai ser feito.
-Não há nada a ser feito por enquanto.
-E vai esperar até quando, pra correr atrás dos seus direitos. Ou você fez esse filho sozinha?
-Não, eu não fiz.-Me sentia uma criança que fez arte na escola.
-Então vamos resolver essa questão, antes que ele se case.
-Como é?-Ele me estendeu um convite.-O que é isso?
-Dá uma olhada.

O convite era bem moderno, com a foto dos pombinhos e uma frase melosa de fundo. O casamento era para dali a dois meses. Me senti tão humilhada naquele momento. Mais uma vez, fui só a despedida de solteiro de alguém.

-Eu não quero me casar à força com ninguém. Se ele já tem planos, deixe-o seguir com eles.
-Mas e o seu filho, vai ficar sem um pai?
-No momento, ele só precisa da mãe.
-Você tem noção do que acaba de dizer?-Ele sacudiu a cabeça.-Você é uma adolescente ainda.
-Ah, não sou não.
-Pra mim, mais parece uma criança.-Ele levantou e foi até o bar, pegar algo pra beber.-Tem em mente, o que vai fazer?
-Até agora não me caiu à ficha.
-Então, você vai voltar comigo pra fazenda e esclarecer tudo isso de uma vez.
-Eu sei que você quer o melhor pra mim, vovô. Mas no momento, eu não posso ir.
-Por que não?
-Ainda não estou recuperada. O Gabriel brincou comigo esse tempo todo, me sacaneou até não poder mais. Quero estar preparada pra poder encará-lo sem medo.
-Você gosta dele?
-Mais do que devia.
-E o Miguel?
-É complicado. Miguel é um bom homem, nunca brincou comigo. Queria ter gostado dele. E queria mais ainda, que esse bebê fosse dele.
-Ainda está em tempo de ser.
-Não quero enganar o Miguel.
-Ele não te enganou esse tempo todo, ou você sabia que ele era noivo da Vitória?
-Não, eu não sabia.-Ele se aproximou de mim, sentou ao meu lado e me puxou pra deitar a cabeça em seu colo, assim como fazia anos atrás.-Eu não sei vô, se é a melhor escolha. Mas quero ter esse bebê.
-Você está certa.-Ele começou a trançar meus cabelos.-E está tudo bem com você? Estão precisando de alguma coisa? Já fez exames?
-Já fiz tudo que o médico me indicou. Tirando o mal estar, estou bem e ele também.
-Já sabe se é menino?
-Não, ainda é cedo.-Sorri.-Por quê?
-Nascem muitos meninos na família. Você e a Chloe, foram exceção. Mas são mais determinadas do que a maioria dos Ramos.-Ele parou um momento para refletir.-Um casamento seu com Miguel, me cairia bem. Aquele negócio de soja dele, é bem interessante.
-Vovô!


Passei à tarde com meu avô. Saímos, passeamos no shopping, ele comprou mais um monte de coisas para o bebê.  E me presenteou com uma camisola horrorosa de grávida, que no momento, eu achei a coisa mais fofa do mundo.
Estava ansiosa pra ver o barrigão crescer.

E não demorou muito, começou a despontar. Todo mundo dizia que seria um menino, mas eu ainda tinha esperanças. Meus pais vieram me ver, depois que meu avô voltou pra fazenda, não me passaram um sermão, imaginaram que meu avô iria até me deserdar. Pra todo mundo, o coroa continuava mantendo as aparências. Mais isso ficou em segredo. Nem minha avó sabia, porque ela estava caducando e podia dar com a língua nos dentes.

Paulo ficou triste quando soube da minha gravidez. Saímos algumas vezes mais, só que eu não tinha mais ânimo para vê-lo.

Antes de completar cinco meses, fiquei sabendo que meu sonho iria se realizar, eu teria uma menininha. Já tinha até escolhido o nome, seria Natália. E naquela mesma semana, era o casamento. Alguma coisa me deu forças, acho que foi a pequena Natália que chutava em minha barriga. Peguei meu carro, dirigi até Boiadeiros, no domingo de manhã.

Estava um calor filho da puta. Fui com um vestidinho florido, minha barriga ficava linda dentro dele.

Quando cheguei à fazenda dos meus tios, vi aquela tenda linda armada, meus olhos encheram de lágrimas.

O casamento já havia começado, eu cheguei logo no comecinho. Houve um burburinho quando entrei, muitas pessoas ali, já sabiam do meu caso com os dois melhores partidos da cidade. Fiquei escondida lá atrás, entre as pessoas que sobraram em pé. Esperava ter coragem pra interromper o casamento na hora certa.
Ele estava tão lindo. Num terno creme, os cabelos penteados para trás. De braços dados há uma noiva bonita, com os cabelos presos em um coque, um vestido florido, ideal para o casamento de dia, mas extravagante. Muito cheio de laços e saias.

Fiquei feliz por ter ido de óculos escuros, comecei a chorar assim que o vi. Natalia chutava minha barriga, acho que ela estava incomodada. E foi aquele chute, que ela me deu na bexiga bem na hora da pergunta, que me impulsionou a acabar logo com aquilo. Seria constrangedor, fazer xixi ali na frente de todo mundo.

-Se tem alguém...
-Tem sim.

Falei logo após o chute. Uma multidão olhou pra mim, fiquei corada, nem sabia o que falar. Comecei a gaguejar. Gabriel olhou pra trás, assim que ouviu minha voz, me procurando. Empurrei algumas pessoas e saí ali, no começo do tapete. Queria ter lembrado de levar a câmera pra fotografar a cara de espanto dele, quando me viu.

-Maria Flor, o que está fazendo?-Foi o Fernando, que estava lá na frente com eles.-Vai estragar mais um casamento?
-Tenho culpa tio, se os homens dessa cidade não prestam?-Cheguei mais à frente.-Miguel não valia muita coisa, Vitória está bem melhor agora. Já no caso do Gabriel, não me importo que ele se case, desde que assuma a responsabilidade dele.
-Flor.-Gabriel olhava pra minha barriga, ainda chocado.
-Você é o pai desse bastardo Gabriel?-Perguntou a noiva espalhafatosa.
-Dobra a língua ao falar da minha filha.-A empurrei pro lado.-Então, vai continuar sendo o canalha de sempre? Tem uma criança aqui, vai precisar de um pai.
-E é meu?-Ele se aproximou de mim, meu coração batia disparado.-Como você sabe?
-A cachoeira.-Foi tudo que falei.-Se você quiser continuar o casamento, tudo bem. Podemos conversar depois.

Meus olhos encheram, dei as costas a ele, mas ele segurou meu pulso.

-Gabriel.-A outra ficou com raiva.
-Vamos conversar agora, fora daqui.

Ele saiu me puxando entre as pessoas. Me levou pra dentro da casa, seguiu pro quarto, nos trancamos lá dentro. Estava uma bagunça, ao que percebi, ela iria ficar ali com ele. Vi a portinha do banheiro e fui pra lá. Precisava tanto fazer xixi. Mas fiquei apavorada, quando vi um rastro de sangue na calcinha. Dei um grito desesperado, Gabriel entrou no banheiro perguntando o que aconteceu. Viu que eu estava sangrando.

-Está doendo?
-Não.-Ele se aproximou.
-Fica tranqüila, vou te levar no hospital, vão te examinar, vai ficar tudo bem.

Ele me pegou no colo, enfrentou uma multidão de pessoas, me levou até a pick-up que estava estacionada no lado de fora e seguimos pra cidade. Ele segurava minha mão, eu sentia o bebê chutando, por isso não me desesperei.
Ele parou em frente há uma clínica particular. Foi uma espécie de emergência. Ficou ao meu lado todo o tempo. O médico foi atencioso, fez perguntas e exames, me colocou no soro enquanto me preparava para uma ultra-sonografia.

Gabriel tirou o terno e a gravata, ficou com a camisa aberta. Sentou ao meu lado, perguntava se eu estava sentindo alguma dor. Quando o médico voltou, ele estava mais nervoso. Ficou parado, com os olhos grudados na tela, enquanto aparecia minha princesinha chutando e brincando. Ele mostrou os detalhes dela, as mãozinhas, os pezinhos, quando colocou o áudio do coração, Gabriel começou a chorar. E ele falou quantas semanas aproximadas. Então se calou.

Algo não estava bem, mas ele não falava nada. Checou tudo que podia, desligou a máquina e tirou os óculos, falando pausadamente.

-Sua placenta teve um pequeno descolamento.-Ele guardou os instrumentos e me deu um bocado de papel pra me limpar.-Você terá que fazer repouso. Não absoluto, mas está proibida de montar, correr, se alterar. Enfim, tenta não sacudir muito essa barriga.
-E quanto a sexo?
-Pelo tamanho da ruptura, não tem problemas. Desde que tomem cuidados. Não vão fazer de cabeça para baixo pulando de uma ponte, porque aí também, já é demais né?

Corei na hora, ele me passou alguns remédios, me disse o que eu deveria e não comer. Me liberou assim que o soro acabou.

Estranhei quando Gabriel me levou pra casa dele.

-Acho que não é hora pra conversarmos.-Falei, enquanto recolhia os resultados dos exames.-Você quer marcar em algum outro lugar?
-Não, vamos conversar aqui.-Ele saiu e abriu a porta pra mim.-Fica tranqüila, ninguém vai nos importunar.

Ele me levou devagar pra dentro da casa. Havia muita gente por ali. Todos pararam com seus afazeres e ficaram olhando pra gente.

-Está tudo bem?-A mãe dele perguntou.
-Só um probleminha com o bebê, mas já vou resolver isso. Com licença.

E seguimos o rumo do quarto. Estava tudo arrumado.

-Acho que sua noiva não gostou muito.
-Pedi para levarem as coisas dela para o quarto de hóspedes.-Ele me fez sentar na cama, acomodou os travesseiros atrás das minhas costas, me deixou o mais confortável possível.-Você quer comer alguma coisa? Ou... beber?
-Não.-Eu estava aproveitando cada atenção que ele estava me dispensando.-Podemos conversar agora, Gabriel?
-Eu ouvi da boca do médico a data.-Ele me interrompeu.-Realmente, bate com a data em que eu te estuprei na cachoeira. Então, não resta dúvidas de que o bebê é meu.-Ele sorriu.-Finalmente algo em você é só meu.

Meus olhos encheram, não consegui mais segurar. Ele me abraçou enquanto eu chorava compulsivamente em seu ombro. Há tanto tempo eu precisava daquele abraço, que me aproveitei dele, o máximo que pude.

Alguém entrou no quarto, quando me afastei dele, vi a noiva enfezada. O pai estava com ela.

-Gabriel, precisamos conversar.
-Não pode ser em outra hora?
-Se a mocinha aí foi valente o suficiente pra estragar o casamento de vocês, então ela pode ouvir o que tenho a dizer.
-Escuta aqui Antonio.-Ele se levantou.-Você está dentro da minha casa, eu sei que estou errado, mas a minha filha precisa descansar. É uma gravidez delicada, não quero aborrecer a Flor. Podemos conversar outra hora, por favor?

Me senti tão orgulhosa, quando ele falou “minha filha”. Os dois se olharam e saíram do quarto. Ele voltou até mim, colocou a mão sobre a barriga e foi recompensado com um belo chute. Os olhos dele encheram na hora. Ele deitou a cabeça no meu colo, colocou o ouvido encostado a minha barriga e começou a sorrir, enquanto conversava com ela.

-Qual é o nome que você escolheu?
-Natália.-Ele ficou pensativo.-O que foi, não gostou?
-Não, é um nome bonito.-Ele sorriu.-Mas eu gosto de Sophia.
-Que bom. Quando tiver uma filha com sua noiva, coloca esse nome.

Ele se calou por uns instantes, acho que voltou a realidade.

-Pensei que você fosse querer que eu assumisse o bebê.
-E você vai assumir o bebê.
-E pra isso, não quer se casar?
-Eu? Um modelo de lealdade?-Ele ficou vermelho.-Por que você se casaria comigo?

Ele se calou. Fiquei um tempo remoendo, até que ele resolveu falar.

-Porque eu te amo.-Fiquei chocada, esperava tudo, menos aquilo.-E estou arrependido de tudo que fiz com você. Devia ter ido até lá, conversado com você, te conquistado, pedido pra namorar. Mas você me fazia agir como um animal.
-Por quê?
-Porque você é gostosa.-Ele levantou a cabeça e aproximou os lábios.-É quente, tem um fogo que me deixa doido.
-Gabriel...

Ele me beijou. Me puxou pela cintura, o mais perto que pôde. O abracei e ele enfiou a mão entre meus cabelos, enquanto o beijo ficava mais intenso.

Bateram a porta, interromperam aquele beijo maravilhoso.
A mãe dele entrou com Vitória. O barrigão dela estava lindo. Quando ela me viu, pulou na cama e me abraçou.

-Flor, quando minha mãe falou que você estava aqui, eu vim correndo. Nossa que barriga linda. É sobrinho, ou sobrinha?
-É uma menina.-Sorri acariciando a barriga.-E esse peãozinho aqui?
-Só falta uma semana.-Ela sorriu corada.-Ta até difícil de andar.
-E você veio correndo.-Sorri.-E o pai?
-Ta na roça.
-No domingo?
-É, ta plantando. Estamos com um pedacinho de chão e ele tem trabalhado de segunda há segunda, pra fazer aquilo lá prosperar.
-Flor querida, você está bem?-Foi a Chloe.
-Estou sim tia.-Fiquei vermelha.-Estraguei mais uma festa né? O Fernando deve estar louco.
-Na verdade, ele ta achando até graça.-Ela sentou na outra ponta da cama.-Dois casamentos estragados, dois netos. Agora, um casal. Ele vai ficar louco quando souber.
-Gente, eu posso terminar minha conversa com a Flor?-Gabriel falou um tanto alterado.
-Ah sim querido, desculpe.-Chloe se levantou.-Vamos indo Vi?
-Vamos sim.-Ela sorriu.-Depois me conta as novidades.
-Ta.-Elas saíram e ele trancou a porta por dentro.-Por que essa grosseria toda?
-Porque quero ficar sozinho com você.-Ele sentou novamente na cama.-Aonde estávamos mesmo?

Ele voltou a me beijar. Deitei na cama, e a mão dele já foi pra baixo do meu vestido, devagar ele tirou minha calcinha e começou a me estimular.

-Gabriel, não.-O afastei de mim, antes que perdesse a cabeça.-Você está sendo muito gentil, mas ainda não esqueci o que fez comigo a última vez que nos vimos.
-Flor... me perdoa. Perdi a cabeça.
-Até quando vai perder a cabeça?
-Nunca mais, eu prometo.-Ele veio pra cima e eu virei o rosto.
-Eu... tenho que ir.

O afastei de mim e me levantei. Se ele estava pensando que eu iria ser a mesma Flor fácil de sempre, estava enganado.

-Você ouviu o médico, é bom eu ir andando. Tenho que descansar, meus pais nem sabem que estou aqui.
-Pode ficar aqui comigo...
-Não, é melhor você dispensar seus convidados, conversar com sua noiva. Adiem o casamento, porque acho que hoje, não tem mais clima.-Alcancei minha calcinha, a coloquei e fui saindo.-Depois... outro dia a gente conversa.

Saí sem deixá-lo me seguir. Passei pela sala e fui direto pro carro. Eu ainda estava movida pela adrenalina. Saí atrás de uma frota de carros, dos convidados que iam se retirando aos poucos.

Dirigi até a fazenda do meu avô e foi surpresa pra todos quando me viram. Claro, já imaginaram de cara, o estrago que fiz naquele dia. Meu avô já me trancou no escritório, me fazendo desembuchar o que eu estava fazendo ali.
Foi uma conversa rápida, contei a ele o que fiz na festa, ele até achou graça, mas ficou por isso só.

Meus pais, como sempre na deles. Nunca interferiram na minha vida. Perguntaram pelo bebê, planejavam uma visita para aquela semana. Contei a eles tudo que estava acontecendo. Tudo parecia estar bem encaminhado. Eu esperava que estivesse mesmo.

Passei o dia descansando. Estava esgotada. A noite, não tinha mais sono. Estava quente, saí pela varanda e fui pra piscina. Entrei devagar, sentei nos degraus da escada, estava com um biquíni um pouco velho, caiu perfeitamente. Eu tinha somente barriga, de costas, nem parecia que estava grávida.

Ouvi passos ritmados na escada, virei pra trás e vi o peão subindo, quando olhou pra piscina e me viu lá, se adiantou mais rápido.

-Você devia estar descansando. Não lembra do que o médico disse?
-Só estou relaxando um pouco.-Acariciei a barriga, o bebê estava quietinho.-Então, como estão as coisas?
-A Tânia e os pais se foram, pouco tempo depois que você saiu. O pai dela promete me processar. Ela até tentou fazer um acordo. Queria que eu esperasse o bebê nascer, para fazer o DNA. Então nos casaríamos.
-E você?
-Não quis.-Ele sentou na borda da piscina, com os pés dentro da água.-Não sei porque deixei chegar tão longe.
-Porque você gosta dela?
-Gostava anos atrás. Foi namoro de faculdade, acabou virando noivado, mas quando voltei pra Boiadeiros... bem, esquece.

Ficamos em silêncio algum tempo. Começou a brisa fria, resolvi sair da piscina. Ele me ajudou, me acompanhou até o quarto. Ficou esperando na varanda, enquanto eu ia me secar e colocava uma roupa confortável. Vale lembrar, que nenhuma calça ou bermuda cabia em mim. Coloquei um vestidinho de alça, colorido. Nunca gostei dele, mas estava cabendo. Sentei na varanda com ele, ainda calado. Só me olhava.

-Por que sua irmã não estava no casamento?
-Ela não concordava com ele.-Ele deu de ombros.-Mas quando ficou sabendo que você estava aqui, veio correndo.
-E também não notei a presença do seu melhor amigo lá.
-Ele e eu, tivemos uma briga séria.­-Ele me mostrou um corte encima da sobrancelha, que me passou despercebido.-Logo depois que ele voltou da sua casa.
-Ah, você mereceu.-Sorri.-Queria ter visto a surra.
-Depois disso, ele não falou mais comigo.-Ele deu de ombros.-Fiquei até sabendo de uns rolos dele, mas de repente, são só boatos.
-Que tipo de rolos?
-Mulheres.
-Conhecendo o Miguel.-Dei de ombros.-Não são boatos.
-Ainda gosta dele?
-O que isso importa?-Devolvi a pergunta, não queria discutir naquele momento.-Sabe Gabriel, até descobrir o bebê, eu queria muito levar uma vida normal, conhecer alguém que valesse a pena, me apaixonar. Ser feliz. Estava até conseguindo isso, mas descobri o bebê. Bom, ela não foi o problema, mas o cara desanimou quando descobriu que eu estava esperando um filho de outro homem.
-E você gostava dele?
-Não tinha do que me queixar.-Dei de ombros.-Se você quiser, podemos fazer o DNA assim que ela nascer.
-Não precisa.
-Faço questão.
-Flor, para.-Ele se levantou e ajoelhou a minha frente.-Eu sei que fui um canalha. Um verdadeiro idiota, porque pensei que se ficasse com você, seria trocado pelo Miguel.
-E por que pensou isso?
-Ele é mais velho, mais bonito, tem mais dinheiro.-Ele deu de ombros.-Sempre ganhou todas as apostas, todas as garotas.
-Então, esse problema entre vocês, é pura rincha? Competição.
-Não... sim... mais ou menos. É complicado.-Ele segurou minhas mãos, as beijou.-Eu fiquei com medo de lutar por você e no final, você preferir a ele.
-Gabriel, você bebeu?-Entendi naquele momento, porque ele estava tão meloso. O cheiro de álcool subiu forte.
-Um pouquinho.-Ele sorriu.-Precisava de coragem para vir aqui falar com você.
-Falar o que?
-Que você sempre mexeu comigo.-Ele baixou a cabeça, a deitou no meu colo, acariciando minha barriga.-Desde que tinha quinze anos, vinha visitar seu avô e ia pra cachoeira montada de biquíni. Quando você voltou, senti uma coisa estranha, um desejo louco. Você era tão patricinha e em pouco tempo virou uma caipira. Tinha um pouco das duas eu acho, isso te deixava mais atraente. Porque você era uma caipira com estilo.

Ele se calou por um tempo, parecia estar desabafando. Levou alguns minutos matutando, até que resolveu falar de novo.

-Senti tanta raiva, quando Miguel me contou que havia comido a neta do coroa.-Ele falou sério.-Ele usou essas palavras: Meu irmão, não sabe quem eu comi agora. Aquela patricinha da neta do velho. Que mulher fogosa, se você soubesse.
-Ele falou é?-Meu rosto queimou na hora. Vergonha e raiva se misturaram.
-Contou detalhes, de como te pegou na varandinha do barracão, da mesa do estábulo. Eu me contive pra não partir a cara dele. Daquele momento em diante, eu te via com outros olhos. Não era mais a garotinha que andava a cavalo de biquíni, era a mulher crescida, que estava trepando com o meu melhor amigo. E o pior, é que agüentava calado o que ele falava, porque não queria incentivar outra competição. Depois, foi você que mudou. Me provocava abertamente, com a intenção de me seduzir.
-Claro, você logo me imaginou como uma Puta que estava dando pra cidade inteira.
-Mais ou menos isso.-Ele se levantou e me levou pro quarto.-Só pensava que, se você mentia quanto ao que estava rolando entre você e o Miguel, então não era digna de ser minha mulher.
-Miguel me pegou de surpresa no barracão.-Falei enquanto ele arrumava a cama, pra me deitar nela.-E só voltei a ficar com ele, porque a empregada me disse que você tinha ido ao cinema, com a sua “namorada”. Senti tanta raiva de você naquele dia. Porque não havia me dito que tinha uma namorada.
-Foi uma visita surpresa dela. E não havia ido ao cinema, fui levá-la a rodoviária. Quando voltei, encontrei a empregada e ela disse que você estava me procurando.
-E por que nunca me falou sobre sua namorada?
-Porque o namoro estava acabado. Ela veio de surpresa, pra reconciliar, justamente depois do que o Miguel me falou.-Ele sentou atrás de mim e começou a acariciar minha barriga.-Estava com a cabeça quente, com ciúmes, transei com ela, querendo estar com você. E naquela mesma noite, quando encontrei você no estábulo, Miguel nos viu entrando na cabana e veio tirar satisfação comigo, quando você foi embora. Daí começou outra competição. Porque ele achava, que tinha visto você primeiro.

-Porque não me contou que ele era noivo da Vitória?
-Queria ver você se dar mal com ele.-Ele me abraçou por trás.-Não imaginava que o casamento teria aquele fim. E quando soube que a culpa foi sua, pensei que havia feito aquilo, pra ficar com o noivo.
-Só queria que a Vitória fosse feliz.-Fechei os olhos, sentindo as lágrimas vencendo.-Imaginava você me oferecendo a garupa, assim como o capataz fez com ela. Estava iludida com romances. Acreditava que tudo eram flores.
-Cada um teve sua parcela de culpa nessa história.-Ele beijou minha nuca.-Eu só quero que você me perdoe.
-É difícil Gabriel. Porque nós não tínhamos um relacionamento, eu podia trepar com quem eu quisesse. Agora. O modo como você me tratou no hospital, o que fez no meu apartamento. Você não pode me julgar, por procurar no Miguel, o que eu não tinha com você. Porque ele até podia ser um cafajeste, mas dizia estar apaixonado por mim, se declarava. No meu mundinho, eu queria que fosse você. Mas a realidade doía mais. Por isso que eu gostava tanto dele.

Ele ficou calado mais uma vez. Pensei que tivesse dormido. Após algum tempo, me virou pra ele, ficamos com o rosto muito próximo um do outro e ele me beijou.

Cedi ao beijo, me entreguei àquela maravilha. Ele estava diferente, me beijou de uma forma apaixonada, me puxou mais pro abraço, a língua invadiu a minha boca. Se afastou dos meus lábios, beijava em volta, afastou pras bochechas, desceu pro pescoço. Eu já estava inteira arrepiada. Segurei com força na camisa dele, enquanto ele explorava meu pescoço, fazia cócegas. Comecei a tremer, sentindo o corpo reclamar por sexo. Então ele parou, acariciava meus cabelos, tirava a franja dos olhos.

-Casa comigo?-Ele sussurrou, fiquei muda, sem saber o que dizer, sem acreditar também.-Me deixa ser seu príncipe encantado. Sobe na minha garupa.

Comecei a chorar, não esperava por aquilo. Também não tinha palavras. Eram tantos sentimentos, que eu só conseguia esconder meu rosto entre o pescoço e o peito dele e chorar. Uma mão dele estava emaranhada no meu cabelo e a outra, me puxava mais pro abraço. Nos deitamos devagar.

Dormi naquela posição, sem lhe dar resposta.

Acordei no outro dia, com o corpo leve. Me virei e lá estava ele, aconchegado em mim, num abraço gostoso. Estava numa confusão de sentimentos, porque queria acordá-lo com beijos e queria mandá-lo embora dali com chutes e ponta-pé.
Eu não podia me casar com ele. Não, com toda aquela mágoa que ainda sentia. Seria um casamento fracassado, eu ficaria remoendo aquilo pelos anos que viessem. E não queria aquele sofrimento. Não culparia o bebê, pela minha burrice.
-Gabriel?-Chamei baixinho, ele abriu os olhos devagar, ficou algum tempo me observando.-Já amanheceu, você precisa ir.
-Me deixa ficar só mais um porquinho.
-Um pouquinho quanto?
-Até arrancar sua calcinha e te fazer gritar de prazer?-Fechei a cara, ele entendeu o recado.-Tudo bem, eu estou indo.
Devagar ele foi levantando. Eu estava num tesão louco, mas não ia ceder. Ele ajoelhou na cama, me deu um baita beijo que quase me fez voltar atrás e saiu pela varanda.
Claro, eu estava com o tesão há flor da pele. Mas o deixei ir. Estava mais sensata. Palavras não curam feridas, só amenizam.
À tarde eu já estava cansada de ficar em casa. Inventei uma desculpa qualquer e fui saindo de casa, mas minha mãe, sabendo que eu iria acabar extrapolando, se ofereceu para ir comigo.

Fomos à cidade. Ali tinham algumas lojinhas bonitinhas, eu precisava de roupas de grávida. Porque estava usando roupas de adolescente e estava me sentindo horrorosa.
Entrei em uma menos caipira o possível, enquanto olhava alguns vestidos, vi de relance alguém passar do lado de fora. Quando me virei, era o Miguel. Ele estava esperando para atravessar a rua, saí da loja correndo, antes que ele chegasse do outro lado.
-Miguel!
Ele parou no meio da rua e se voltou pra mim. Voltou devagar, sério, quando se aproximou, deu uma olhada significativa pra minha barriga e sorriu de leve.
-Não vai me dizer, que andou comendo tanta besteira que engordou.
-Não estou gorda seu desaforado.
-Eu to sabendo.-Ele coçou a barba.-É dele mesmo?
-É.
-Ponto pra ele.-Ele riu, aquilo me deixou nervosa.-Não é que o cara conseguiu?
-Fica triste, quando perde uma aposta Miguel?-Ele fechou a cara.-Porque não passei de um objeto de aposta entre vocês dois, não foi?
-Espera aí, ninguém apostou nada.
-Mas você, pra ganhar dele, até disse que estava apaixonado por mim. Eu nunca desconfiei.-Fiquei irritada.-Eu fui uma trouxa mesmo.
-Não, eu realmente gosto de você.-Ele deu de ombros.-Só que achei excitante, brigar pela garota mais interessante e rica da cidade.
-Passatempo divertido esse de vocês hein?-Dei-lhe um tapa na cara, com toda a força que consegui.-Essa foi pra descontar a raiva.
E dei outro.
-E esse agora?
-Foi por ter me feito de trouxa.-Lhe dei as costas.-Agora com licença, estou me atrasando a toa.
-Hei gostosa.-Me virei e ele deu o sorriso mais safado que tinha.-Você está linda. Se o babaca não assumir, me procura. Sabe que sempre quis ser pai.

Um monte de gente viu e ouviu a nossa conversa. Minha mãe estava dentro da loja, de braços cruzados.

-Até quando vai ficar espancando esse moço?
-Até minha raiva passar.-Voltei para minhas compras.-Esses dois merecem mais do que uma surra.
-Já vi que você vai aprontar.-Ela puxou um vestido do fundo de uma pilha que a vendedora trouxe.-Olha esse, é charmoso.
Realmente, eu ia aprontar. Não com finalidades sexuais, só iria fazer aquele peão sofrer, do jeito que fez comigo.
E não passou muito tempo, ele estava todo dia na fazenda. Vinha me ver, trazia flores, perguntava pelo bebê, me tratava com um cuidado, parecia que eu era feita de porcelana. E todo dia ele me pedia em casamento. E sempre recebia uma resposta negativa.
Não demorou muito, José Fernando (O filho da Vitória) nasceu. Gabriel e eu fomos convidados para sermos os padrinhos. E quando o menino fez três meses, eu já estava com oito.
A festa foi na fazenda dos avós coruja. Tudo estava diferente agora. Fernando era simpático comigo. Me pediu até desculpas pelas ignorâncias do passado.
Foi uma reuniãozinha animada. A família e alguns amigos. Tive alguns problemas com fofocas que chegavam aos meus ouvidos. As pessoas falavam de mim na cara dura. Sem ao menos disfarçar.
Fiquei chateada quando ouvi que estava dando o golpe da barriga. Natalia estava tão quietinha ultimamente. Eu vinha fazendo acompanhamento médico toda semana. Ele falou que era normal, estava na reta final.
O dia estava quente, resultado disso, minha pressão baixou. Comecei a ficar com dificuldades de respirar, suando frio. Por sorte Gabriel estava por perto e percebeu que fiquei pálida.
-Me leva pro quarto agora.
Pedi e ele me amparou até dentro de casa. Antes de alcançar a varanda, ficou tudo escuro. Ele me levou no colo até o quarto, me colocou na cama.
Lembro de ter acordado já de noite. Ainda estava no quarto do Gabriel, estava geladinho graças ao ar condicionado. Sentei na cama devagar, minha cabeça doía um pouco, abriram a porta, vi a silhueta de um homem entrando no quarto. Fechei os olhos, doía tanto minha cabeça, que a luz incomodava.
Gabriel sentou ao meu lado, me abraçou.
-O que está acontecendo?
-Você teve uma queda de pressão. Um médico já veio te examinar. Recomendou que não saísse mais da cama.-Ele acendeu a luz do abajur.-Como está se sentindo?
-Morrendo de dor de cabeça.
-Espera que vou pegar os remédios.
Ele saiu, voltei a me deitar e logo estava dormindo de novo. Acordei com ele me chamando pra comer e tomar os remédios. Trouxe o jantar pra mim na cama, ficou ali comigo assistindo televisão. Parecia preocupado.
-O que o médico disse?
-Nada com o que deva se preocupar.
E ficou nessa incógnita. Só me disse que eu não sairia daquela cama até o médico permitir. No meu íntimo, eu sabia que ele estava mentindo, mas fiquei na minha.
Já de madrugada, ele veio deitar junto comigo. Me abraçou por trás, acariciando minha barriga, me beijando no ombro, nas costas.
-Sabe que sempre imaginei você deitada aqui comigo uma noite inteira?
-Sabia não.-Ele enfiou a mão por dentro da minha blusa.-O que está fazendo Gabriel?
-Shhh só aproveita e relaxa.
Ele começou a afagar meus peitos, apertar meus mamilos. Senti um arrepio cortar minha coluna, enquanto ele ia descendo beijos pelas costas. Aos poucos ele foi me virando, me fazendo deitar de costas na cama. Começou a tirar minha blusa, beijou minha barriga, ali onde eu sabia que estava o bumbum do bebê.


Depois foi a vez da calça. Ele tirou devagar, passou pelas minhas pernas, acariciando suavemente, a tirou, pegou meu pé esquerdo e começou a beijá-lo. Lambeu do dedão ao dedinho, sufoquei um gemido, até aquele carinho estava me dando tesão.
Devagar ele passou para o outro pé, dedicou a mesma paciência e atenção a ele. Foi descendo devagar, sempre segurando minha perna, até beijar o interior da minha coxa. Respirei pesado, quando ele chegou perto da porta de entrada.
Ele levantou a cabeça, me olhou por cima da barriga, achei até engraçado aquele momento. Sorri, ele considerou isso um sim, foi baixando minha calcinha, tirou ela pelas pernas e sorriu, quando viu minha gruta ali, molhadinha pra ele. Ele aproximou o rosto, o hálito quente já começou a me excitar de novo, fechei os olhos ele passou a língua de cima a baixo, começou a sugar todo mel que escorria de mim e se dedicou inteiramente ao meu clitóris. Gemi quando ele ficou inchado e daí em diante, não consegui mais parar.
Tentava sufocar, segurar, mas acabava gemendo um pouco mais alto. Mordi o dedo, coloquei o travesseiro na cara, quando estava alcançando o orgasmo, quase morri sufocada.
Ele parou, foi subindo os beijos, sugou meus seios, um a um, me deixando mais vulnerável ainda. Me beijou os lábios e se levantou.
-Não vou mais te perturbar.-Ele foi até a porta.-Tem uma mala com suas coisas encima da poltrona. Tenta descansar. Se precisar, é só chamar.
-Gabriel, aonde você vai?
-Vou... dar uma volta, esfriar os pensamentos.
-Não vai dormir comigo?-Ele ficou um tempo me observando pensativo.-E se eu precisar de ajuda durante a noite e não tiver como gritar?
-Está certo.-Ele suspirou, estava excitado pra caramba.-Eu vou tomar um banho frio.
-Posso ir com você?

Ele balançou a cabeça, me levantei e o acompanhei até o banheiro. Ele me deixou entrar primeiro, era meio apertado dentro do Box de vidro. Ele entrou logo atrás, me abraçou pela cintura, me deu logo um beijo afoito, enquanto a água fria caía sobre nós.

Dei um grito, ele se assustou. Esqueceu que eu detesto banho frio. Quebrou a friagem da água, enquanto ria de mim.
Com uma barra de sabão, começou a acariciar o meu corpo inteiro. Me beijava no ombro, no pescoço, subiu até a orelha e sussurrou:
-Se você casar comigo, te dou banho todas as noites.-Ele sugou minha orelha.-Vou te deixar louca, você nunca mais vai pensar em procurar outro homem, que seja pra te dar informação.
-Não.-Susurrei.-Não estou preparada.-O abracei, ele acariciava meus cabelos com a mão suja de sabão, fazia descer espuma pelas minhas costas.-Você sempre foi cruel comigo Gabriel. Eu não confio em você. Casamento é coisa séria, não dá pra brincar com fogo.
-Quem aqui está brincando?
-Há alguns meses, você estava se casando com outra. E agora... vem me pedir em casamento, como se nada tivesse acontecido?
-Não é como se nada tivesse acontecido.-Ele segurou meu rosto.-Maria Flor eu te amo. Ia me casar com outra, porque na minha mente, depois do que fiz com você no apartamento, nunca mais iria querer me ver. Ia me casar, pra me punir, por não ter você.
-Gabriel, é melhor pararmos com esse assunto. Por enquanto, minha resposta continua sendo não.
-Bom, pelo menos ganhei um “por enquanto”. Já é um passo.-Ele me beijou.-Vamos terminar isso logo. Você não pode ficar muito tempo fora da cama.

Voltei pro quarto antes dele. Levou alguns minutos mais para voltar. Algo me dizia que ele estava tentando esfriar os ânimos. Enquanto me ajeitava na cama, já de camisola, ele chegou com uma toalha enrolada na cintura.

Foi até o armário, tirou uma bermuda.

-Gabriel, vem aqui.-Ele veio devagar, com a bermuda na mão.-Tira a toalha.

Ele apertou com força a bermuda e deixou a toalha cair. O pau estava de pé, apontando pra mim. O segurei com carinho, ele se aproximou mais. Eu mordi a cocha dele, olhei pra cima, ele estava com aquela expressão de homem excitado. Fui aproximando os lábios dele, mordiscando em volta. Até que alcancei o membro, que pulsou na minha boca. Ele grunhiu quando o lambi inteiro, depois suguei a cabeça. Estava com uma saudade tão grande de chupar aquele pau, que tentei enfiá-lo inteiro na garganta, não chegou nem na metade, mas ele adorou. Segurava meus cabelos, puxando em direção ao pau dele e não demorou muito, estava gozando dentro da minha boca.

Continuei chupando até deixá-lo limpinho e engoli tudinho. Ele ajoelhou na cama e não demorou muito, estava deitado junto comigo. Mesmo sem a bermuda, se ajeitou ao meu lado e apagou a luz.


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