quarta-feira, 14 de março de 2012

Histórias de Peão. Parte IV

Entendendo um pouco do Mistério.



Naquela semana, a família estava um tanto abalada pelo acontecido. Afinal, o bom moço de família estava em coma pela pancada que recebeu.

Gabriel e eu fomos chamados para depor. Fiz exames de corpo de delito e tudo. No final, meu avô chamou o advogado da família, que nos livrou com a história da legítima defesa.

Quem não gostou muito, foram os pais do Carlos. Mas isso a gente pula.

Certa manhã, eu estava recolhendo a correspondência e vi um envelope bonito. Um convite de casamento. Mas aquele era especial. Era daqueles convites ilustres, direcionados a pessoa que seria testemunha.

E era pra mim.

Havia outros também no nome dos meus avós e dos meus pais.

-O que é isso querida?-Minha mãe se aproximou.-Ah, chegaram os convites para o casamento da Vitória.
-É.-Sentei no sofá.-Mas por que me convidaram para ser madrinha, se nem os conheço muito bem?
-Bom, a Chloe e o Fernando são seus padrinhos. E vocês são primas. E você tem dois anos a menos do que a Vitória. Então, ou isso, ou seria dama de honra.
-Melhor madrinha mesmo.-Joguei o envelope sobre a mesa.-Mas diz pra mim, por que eles não vêm aqui em casa?
-Há querida, foi à história de amor deles, que foi contra todos da família.
-Mesmo? E você conhece essa história?
-Claro. Aconteceu pouco antes de eu me casar com seu pai. Não se falava em outra coisa nessa região.
-E o que aconteceu de ousado na história deles? Pelo que sei, eles fugiram juntos.
-Vem, vamos para o seu quarto. Se alguém nos ouve, o clima vai esquentar por aqui.-Seguimos pelo corredor até meu quarto, nos trancamos lá e sentamos na cama.-Promete que não comenta com ninguém?
-Prometo.
-Bem, o Fernando é filhos bastardo do seu avô.-Meu queixo caiu no chão.-E a Chloe era a única neta dele. Os dois se apaixonaram quando ela tinha uns quinze ou dezesseis anos.

 -Mas ele sabia que era tio dela?
-Sabia. Há quem diga que ele só queria se vingar do velho.-Ela corou.-Desculpa, força do hábito. Do seu avô. E há quem diga que ele se apaixonou mesmo por ela.
-Hum. Mas o que tem de mais?
-Bom, na época ele era peão da fazenda e a Chloe não sabia sobre aquele segredo. Os dois namoraram escondido, mas ela acabou engravidando do Gabriel.
-Espera. Que Gabriel?
-O Gabriel veterinário. Aquele que cuida dos cavalos do seu avô.
-Veterinário?-Uau, ele tinha uma formação. Que vergonha.-Pensei que fosse só um peão.
-Começou assim. Mas acabou como veterinário. Mas espera que vem a melhor parte.
-Então conta.
-Fernando e Chloe enfrentaram seu avô e assumiram o relacionamento, falaram sobre o bebê e tudo o mais. O velho surtou.-Ela sorriu de novo.-Digo, seu avô ficou molesto de raiva e puxou uma arma pro Fernando.
-Ele ia matar o próprio filho?
-Ia. E ele mandou a Chloe pra casa da serra, pra tirar o bebê com uma parteira que tinha lá. Mas a parteira, - que era a mãe do Fernando, uma empregada da fazenda - não quis fazer o serviço e os ajudou a fugir.


-E? Acabou?
-Não. Nove meses depois, os pais da Chloe os encontraram e tentaram trazê-la de volta a força. Gabriel nasceu na estrada e a gravidez dela era de risco. Quando chegaram aqui, entregaram o menino para um peão dar sumiço.
-Que pecado.-Ai que peninha senti do Gabriel.
-Pois é. O menino estava com um probleminha na respiração e chegou aos braços do Fernando bem doentinho. Ele o levou para o hospital, deixou com sua mãe e foi buscar a Chloe. Seu avô tentou mandá-la para fora do país. Disse que se ela se comportasse, ele a deixaria cuidar do bebê, como se fosse seu irmão.
-Mas ele não o havia entregado?
-Pois é. A polícia veio junto com o Fernando e a levaram daqui. Então começaram as brigas no tribunal, para seu avô cumprir pena junto com os pais da Chloe. Acabaram respondendo em liberdade, pagaram uma indenização caríssima e seus tios se mudaram de vez.
-Mas o Fernando e meu avô estão sempre juntos.
-Muitos anos depois, ele pediu perdão aos dois. E enfim, os dois têm negócios e interesses com os cavalos.
-Entendi.-Deitei a cabeça no colo da minha mãe.-Quer dizer que o Gabriel é meu primo.
-Isso mesmo. Em segundo grau, mas é.
-Nossa.-Me levantei do colo dela.-E o que vou fazer? Aceito o convite ou declino?
-Aceita. E vai ser a madrinha mais linda que esse lugar já viu.

Naquele mesmo dia, meu pai, minha mãe e eu fomos até a fazenda da Chloe e do Fernando. Fomos recebidos com uma bagunça. Revista de vestido de noiva pra cá, flores pra lá. E todos se desculpando por não terem ido pessoalmente entregar os convites.
Por fim, acabei me enturmando com algumas moças que conversavam com a noiva sobre vestido e afins.

Gabriel chegou já no finalzinho da tarde, cinco pares de olhos femininos o comeram vivo. Inclusive os meus. Fiquei imaginando ali, com quantas ele havia trepado.

Ele cumprimentou uma a uma e foi tomar banho. Eu continuei ouvindo as conversas. As moças falavam despudoradamente sobre ele. Meu rosto queimou de raiva e ciúmes, mas Vitória pensou que estava constrangida.

-Meninas, parem de falar essas coisas. O que a Flor vai pensar de vocês?
-Que somos muié uai.-Uma roceirinha falou.-Concorda comigo que o irmão dela é bão de mais?
-Não sei.-Baixei a cabeça. Nem parecia que era eu, a amante do Gabriel, a garota que esperava na janela, a falar.-Então, qual vai ser a cor do vestido?
-Lilás clarinho.-Vitória disse.-Esse modelo aqui.-E puxou uma revista.-E você irá fazer par com Gabriel.
-Ah por causo de que?-A expevitada falou.
-Porque ela não irá arrancar nenhum pedaço dele. E mais, é nossa prima, tem mais direito.

Acabei me afastando daquelas bagunceiras, saí do quarto e bati na porta aonde vi Gabriel entrando.

Ele atendeu com uma toalha em volta da cintura.

-Oi.-Falei constrangida, o que tinha me dado na cabeça?-Está ocupado?
-Não.-Ele me puxou pra dentro do quarto, fechou a porta e me beijou.-Você está linda. Eu quero você.
-Pode pegar.

Ele ergueu a barra do meu vestidinho comportadinho e me escorou na porta. As mãos dele desceram a minha calcinha. As respirações se encontravam e as bocas se calavam.

Os lábios dele passearam pela minha mandíbula e eu senti uns tremores deliciosos. Ele puxou o zíper do meu vestido até embaixo e o arriou até a cintura.

-Vi você de saia curta esses dias e fiquei sonhando com suas pernas. Você continua me torturando, não é diaba?
-São as roupas que tenho.-Ele me ergueu pelo traseiro, me encostou na porta e minhas pernas entrelaçaram sua cintura.-E você some e aparece quando bem entende. Não pode reclamar muito.

Ele riu enquanto me penetrava. Ah aquele pau maravilhoso e duro estava entrando em mim mais uma vez. E que saudade eu senti daquilo tudo dentro de mim.

Meus seios estavam esmagados contra aquele peito bronzeado e minha boca estava ocupada comendo a dele.

Ele me segurou um pouco acima e começou a penetrar com força, me fazendo gemer e me calando.

-Shhh.-Ele me pôs de volta no chão, me virou de costas e voltou pra dentro do meu corpo.-Fica quietinha senão seus pais vão saber o que está acontecendo aqui.


Fechei os olhos e tentei não gemer. Mas ele estava judiando do meu corpo. Segurava meu traseiro, vez ou outra dava um tapa e enfiava com mais força, até que me segurou contra si e arremeteu até gozar.

Eu estava com as pernas trocadas. Me escorei na porta com a respiração pesada, buscando fôlego. Ele me beijava no ombro e no pescoço.

Ajeitei minhas roupas e fui até o espelho pentear os cabelos.
Ele se vestiu, pegou minha calcinha e enfiou no bolso.

-O que vai fazer com isso?
-Vou guardar pra mim.
-Por acaso tem uma coleção de calcinhas das mulheres com quem já transou?
-Não, essa é a primeira, mas agora que falou...
-Nem pensa nisso.-Tentei pegar de volta, mas ele me abraçou e caímos na cama.-Você vai me deixar ir embora sem calcinha?
-Infelizmente vou.-Ele me beijou.-E se você não sair, vão acabar percebendo que está demorando de mais aqui comigo.
-Gabriel!
-Não seja ruim, dá ela pra mim. Uma lembrança.-Ele se aproximou e me beijou.-Hein?
-Certo. Mas isso não vai ficar assim. Ta me devendo.-Me levantei da cama e olhei uma última vez no espelho.-Agora vou indo.

Saí do quarto dele e peguei o corredor até a sala. Meus pais estavam de pé se despedindo.

-Ah querida, eu ia buscá-la agora.-Minha mãe sorriu.-Então, vamos?
-Claro.-Tinha uma coisa gosmenta escorrendo entre minhas pernas.-Mas eu posso usar o banheiro antes?
-Claro querida, é essa porta a direita.
-Obrigada.

Me limpei as pressas o mais rápido que pude e saí dali. Encontrei meus pais na varanda finalmente se despedindo e seguido para o carro. Me despedi como pude e fui correndo atrás deles.

Ah como eu gostava daquele peão veterinário (ou como dizia na novela “Peão Doutor”).



(LINK DA 5º PARTE)
http://kantinhodoscontos.blogspot.com/2012/03/historias-de-peao-parte-v.html 

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