quarta-feira, 14 de março de 2012

Histórias de Peão. Parte XIII

Reconquistada.


A temporada que passei na casa do Gabriel, foi significativa. Fui bem tratada, paparicada, amada. Era bom estar ali com ele.

Até que um dia acordei com uma cólica chata. Gabriel, como sempre, havia ido cedo pros estábulos. Sentei na cama e pensei no que seria melhor a fazer. Fui ao banheiro e vi o rastro de sangue, do qual o médico me alertou.

Fiquei despreocupada, a cólica era suportável. Me lavei e fui pra cozinha, atrás de alguém que pudesse me ajudar.

-Flor minha filha, por que está fora da cama?-Foi A Chloe que me encontrou no caminho pra cozinha.
-Está começando.
-O que?-Ela arregalou os olhos.-Agora? Espera aí que vou chamar alguém pra nos levar ao hospital.
-Não tia, está tudo bem.
-Como assim, tudo bem?
-Está começando agora.-Sentei no sofá e suspirei.-Aonde está o Gabriel?
-Na fazenda do seu avô.
-Liga pra lá, por favor, pede pra ele vir.

Ela ligou como se a casa estivesse caindo. Falei com minha mãe brevemente, pedi para ela ficar tranqüila, que ainda não estava na hora e comecei a andar de um lado a outro da sala.

-Não é melhor você ir se deitar?
-Não, enquanto estiver andando, mais rápido o bebê nasce.
-Mas e o problema que você tem?
-Está tudo bem com o bebê.-Falei tranqüila.-Preciso comer algo.

Enquanto estava na cozinha entre cólica e fatias de frutas, Gabriel chegou montado em um cavalo. Entrou como se o diabo estivesse atrás dele, quando me viu na cozinha, estranhou.

-Ué, não estava na hora?
-Não posso ficar com fome?
-O médico falou que não pode comer.
-Não vou fazer cesariana.-Tomei um gole de suco.-E mais, se ficar sem comer até o bebê nascer, vou morrer de fome.

Gabriel sabia do meu desejo de ter o bebê em casa. Apesar de que nem ali na roça, isso acontecia mais. A avó dele foi quem o colocou no mundo. E mesmo velhinha, seria quem iria me ajudar a colocar a Natalia naquela terra de ninguém.


Quando ela chegou da serra, foi direto me ver. Sorriu antes de me dar à notícia mais entristecedora naquele momento de contrações.

-Minha filha, você está com dois de dilatação. Terá que caminhar um pouco mais.-Ela me ajudou a levantar.-Vem aqui Gabriel, vai levar sua mulher pra passear.

Foi engraçado na hora. Eu andava de um lado a outro e quando vinha uma contração, Gabriel me amparava.
Entrou a noite, todos aflitos, já falavam em me levar pro hospital e eu firme na minha idéia, não iria.

As dores aumentaram. Com o passar do tempo, eu não conseguia andar. Já estava sem dormir e sem comer há um tempinho, o cansaço estava batendo. Sempre que sentia uma contração, me retorcia e xingava quem se aproximasse.

Gabriel ficou comigo todo o tempo. Até que o dia raiou. Eu não agüentava mais de sono, cheguei a dormir em pé, escorada nele. A essa altura do campeonato, a gravidade estava maltratando e sempre que eu me deitava, doía muito durante a contração.

Tomei vários banhos mornos àquela noite. Ajudava bastante na hora da dor. Impossível explicar. Então vou pular essa parte e ir direto ao momento mais encantador da minha vida.

Sempre ouvi dizer que a dor do parto, era a pior do mundo. E quando me mandaram fazer força como se estivesse... digamos, evacuando, foi aí que fiquei assombrada.

Mas tinha que fazer, então fiz. Naquela hora, não queria o Gabriel olhando. Ele sentou atrás de mim, segurava minhas mãos, enquanto eu forçava passagem pra criança mais preguiçosa e manhosa que já havia conhecido.


E depois de muitos gritos e empurrões, ela chegou. Tremendo e gritando como uma bezerrinha. Roxinha e inchada. Confesso que no momento, não a achei tão bonita assim. Mas era cabeludinha, gordinha. Segurou forte meus dedos, e quando a aconcheguei mais próximo a mim, ela parou de chorar. Foi minha vez de começar.

Quinze minutos depois, entrou uma farra de gente dentro do quarto. Todo mundo falando ao mesmo tempo. Eu me senti mal, estava cansada, com frio, com fome. Mesmo assim, agüentava firme.

-Ela parece com a Chloe.-Fernando falou, depois de dar uma avaliada na neta.-Já viram a cor dos olhos?
Não.-Falei baixinho.-Está dormindo. Tadinha, se cansou.
-E você querida, como está?-Chloe sentou ao meu lado e pegou o bebê.-Deu pra ouvir seus gritos, lá da fazenda do seu avô.
-Nossa.-Encostei na cabeceira da cama e suspirei.-Estou cansada.
-É bom você descansar mesmo.

Todos saíram do quarto. Levaram o bebê, enquanto eu ia tomar um banho e a empregada arrumava o quarto.

Apesar de estar dolorida, andava tranqüilamente e não me sentia tão mal quanto dizem.
Quando voltei, Gabriel já me esperava com o almoço. Natália já estava de banho tomado e com a roupinha que eu escolhi. Agora ela estava com os olhinhos abertos, comia as mãozinhas. Acho que a fome dela, era maior do que a minha.

-Hei mamãe, eu quero mamar.-Gabriel falou enquanto segurava a mãozinha dela.

Ele estava apaixonado. E eu, voltei a me apaixonar por ele naquele momento.

Meus pais chegaram há tarde. Eu queria dormir, estava exausta, mas não conseguia parar de olhar pra ela. O médico da cidade, que acompanhou minha gravidez, chegou a nos examinar, mas encontrou tudo bem, com ambas.

Fiquei a noite inteira na cama, não parava de entrar e sair gente do quarto. Acho que por isso, nos hospitais, as visitas só podem ficar duas horas.

Em certo momento, não agüentei mais. Me ajeitei na cama e dormi. Bendito sono, chegou na hora certa.
Em uma semana, não parecia que havia acontecido nada. Eu estava desinchada, não sentia mais cólicas, não estava mais dolorida.

Voltei pra casa do meu avô. E Gabriel ficou mais agoniado ainda. Foi aí que dei o cheque mate.

-Compra uma casa, um apartamento, ou coisa parecida, que me caso com você.-Falei em um dia que ele me pressionou até me deixar estressada.-Não vou morar com seus pais.
-Mas você gostou de ficar lá...
-Então continua morando lá e eu aqui.
-Está certo.

Ele foi embora sem se despedir. Achei que o tinha aborrecido. Voltei a minha vidinha, cuidando da minha filha.

Na outra semana, ele voltou a aparecer. Me pediu para acompanhá-lo, fomos de carro, até uma rua próxima a onde havia acontecido o acidente. Ele pegou um caminho estreito e em poucos minutos, me apareceu à frente uma fazendinha. Ela era meio antiga, a casa nem de perto parecia com a mansão aonde eu morava. Mas a entrada era linda, me pareceu um lugar tão aconchegante.


-Quem mora aqui?
-Por enquanto, ninguém.-Ele saiu do carro, abriu a porta pra mim.-Mas se você quiser, podemos nos mudar pra cá logo depois do casamento.
-Essa casa é sua?
-Nossa.-Ele colocou a mão nas minhas costas.-É pequena, mas é bonita e aconchegante. Toda a reforma que precisar será feita. Te trouxe aqui hoje, porque a partir de amanhã, irei começar a concertar os estragos.
Ele me levou casa a dentro. Tinha três quartos, uma sala grande, a cozinha era um tanto pequena, pra quem estava acostumada com uma cozinha gigante de fazenda.
Os fundos dava pra uma paisagem linda. E um rio passava logo ao lado. Me encantei com a possibilidade de ir morar ali.
Ele me levou até o quarto principal. Era grande, tinha janelas enormes, precisava de uma pintura, um ar-condicionado. Mas tinha uma cama, de madeira maciça com dossel. Precisava de lençóis limpos, um colchão. Mas já me imaginava jogada ali, sendo penetrada e esfolada pelo pau do meu peão.
-É um lugar interessante.
-Só isso você tem a dizer?
-O que mais quer que eu diga?-Tentei manter a calma, não queria que ele notasse que eu estava mais derretida, do que manteiga em espiga de milho.-A casa é aconchegante, a fazenda é bonita. Acho que a Natalia vai gostar de ter um rio no quintal.
-E você estará feliz?
-Feliz com o que?
-Como com o que? Maria Flor, em que mundo você vive?
-No mesmo que o seu.-Comecei a caminhar pra fora dali, na esperança de acalmar meus ânimos.-Acho melhor irmos.
-Espera.-Ele me segurou, eu comecei a ficar excitada.-Você ainda não me perdoa?
-Perdoar o que?
-O canalha que eu fui com você no passado.-Ele me puxou para o abraço.-Maria Flor, eu me arrependo. Tudo que quero, é construir uma família com você e a Natalia.
-Pra ganhar uma estrela de bom moço?
-Não. Pra ficar ao seu lado, pro resto da vida.-Ele me beijou.-Casa comigo?
-Caso.

Ele me pegou no colo, deu uma volta e gritou que me amava. Era a felicidade, batendo na porta de novo.

Nosso casamento foi três meses depois do nascimento da nossa filha. Na igreja católica da cidade. Não queria ter que escolher entre uma fazenda ou outra. Fizemos a festa no salão da cidade. 
Foi num domingo de manhã. Lindo dia de sol. Meu peão estava no altar, de terno preto, cabelos penteados para trás estava tão lindo, esqueci naquele momento tudo que aconteceu no passado.
Entrei de braços dados com meu pai e meu avô. É, eu queria os dois comigo naquele momento. Caso não perceberam, eu gosto de estar acompanhada sempre por dois homens.

Também estava ali, “ele”. Miguel, que apesar da cara emburrada, não aprontou nada.
Não houve um se quer que ousou falar algo quando o padre fez aquela perguntinha sem vergonha. Acho que casar na igreja traz sorte.

E quem esteve conosco todo o tempo, foi a nossa princesa. Gabriel não cansava de mostrá-la a todos, a apresentava como sua cabritinha. 

Acabada a festa, noiva com os pés inchados, maquiagem borrada e cabelos despenteados, ganhamos uma noite inteirinha de folga. Minha mãe ficou com o bebê, para aproveitarmos a nossa lua de mel.
Fazia quase um ano que Gabriel e eu não transávamos. Quando pensava nisso, o tesão falava cada vez mais alto. Chegamos na fazenda, eu imaginava, um tapete de pétalas de rosas. Mas não encontrei nem o talo. Ele me pegou no colo sem esforço, fomos para o quarto. Mas também, nada lá.
-O que foi? Não está a fim?
-Não é isso.-Desci do colo dele.-Só estou cansada, o dia foi puxado. Eu vou tomar um banho.
-Posso ir com você?
-Vai se comportar?
-Não.
-Então vem.
Fomos para o banheiro, ele me ajudou a tirar o vestido, arranquei as roupas dele e fomos pra baixo do chuveiro.

Ele me beijou, meu beijo favorito. Aquele que me pegava de surpresa, enchia minha boca e me fazia estremecer. Me segurava pela nuca e pela cintura. Eu arrepiei inteira, quando ele soltou meus lábios e passou para o pescoço.

Puxou meus cabelos mais pra trás, empinei os peitos e ele os abocanhou. Enfiei as unhas nos ombros dele, a água começou a cair sobre nossos corpos e cada beijo me deixava mais excitada. Ele soltou meus cabelos, foi descendo, ajoelhou no chão, jogou uma perna minha sobre seu ombro e caiu de boca.

Começou lambendo encima do grelinho, abriu com a ponta dos dedos e lambeu até deixá-lo inchado. Nesse ponto, eu já estava gritando de tesão. Meu peão me chupava como ninguém.

Ele ficou um bom tempo me matando naquele prazer. Eu me segurava na parede, rebolava na cara dele, gritava e queria explodir em gozo. Ele juntou os dedos e começou a penetrá-los, enquanto a língua continuava a me chupar. Fodia e chupava ao mesmo tempo.

Fechei os olhos no momento do gozo, senti tudo em volta sumir. Gritei o mais alto que pude, ele foi obrigado a levantar e me segurar. Eu estava mole.

-Você está bem?
-Sim.
Agüenta?
-Claro.

Ele me virou de costas, me fez empinar o bumbum e lascou a vara dentro da minha bocetinha. Ah que saudade de tê-lo ali. Rebolei e joguei o traseiro pra ele, era tão bom trepar de novo com o meu peão.

 Ele metia fundo, me fazia gritar e gemer. Falou que não agüentaria muito tempo, quando anunciou que iria gozar, o afastei de mim, ajoelhei no chão e abocanhei aquele pau que tanto me fez gozar.
E ele grunhiu daquela forma que o transformava em um animal e gozou na minha boca. Engoli todo, lambi até deixá-lo limpo e duro, pronto pra outra.

-Quero mais.-Falei enquanto me levantava.
-Vamos pro quarto, vai ter mais.

Ele me levou até o quarto e saiu. Aproveitei para me secar e desarrumar a cama. Quando ele voltou, eu estava numa lingerie branca. Ele trazia uma bandeja, estava coberta com um pano branco. Se aproximou devagar, a colocou na mesa ao lado da cama e puxou o pano.

Havia morangos e uma lata de chantili. Ele sorriu, aquele sorriso safado que me desmontava e me mandou deitar. Deitei na cama e ele começou a brincar.

Despejou um pouco de chantili sobre minha barriga e passou um morango, o colocou na minha boca.


Devagar foi lambendo tudo, ameaçava tirar a calcinha, mas voltava. Eu estava na expectativa de ganhar outra chupada gostosa daquelas.
Quando eu estava bem limpinha, me levantei e ajoelhei na cama junto com ele. Ele me puxou pela cintura, me beijou, sugou meus lábios até deixá-los inchados. Descia os beijos, subia. E eu retribuía como podia. Vez ou outra ele segurava minhas mãos, não me deixava acariciá-lo.

Ele desceu devagar uma das alças do meu sutiã, deixou o biquinho à mostra e o lambeu. Passou um pouquinho de chantili ali também e tirou com a língua. Sugou meu peito, me deixando mais excitada e louca pra trepar.

Me virei de costas pra ele, queria provocar também. Empinei a bunda, esfreguei ela no peito dele, ele só olhava. Passou as mãos pela minha cintura, me puxava contra si, vez ou outra dava um tapinha na minha bunda.


Devagar ele tirou meu sutiã. Acariciava meus seios, apertava, soltava. Enquanto isso, a boca se apossava da minha orelha. Ele sabia aonde me tocar, aonde beijar. Meu peão era mestre, na arte de amar. Sussurrava no meu ouvido que me amava, que eu era gostosa. Era um sonho se realizando.

Mais uma vez, ele me deixou nua, me lambia por todo o corpo, vez ou outra brincava com o chantili e os morangos.

Mas dessa vez, não foi afoito, não foi de uma vez. Ele me penetrou suavemente, devagar, descobrindo milímetro por milímetro. Parou por um tempo, beijou minha boca e voltou a me penetrar.

Abracei a cintura dele com as pernas e gemi, ele enfiava e fincava, devagar, eu estava tão molhada, escorria conforme ele tirava o pau. Vez ou outra ele saía de dentro de mim e me lambia. E voltava a me amar.

Não precisava ser afoito pra ser gostoso. Ele me penetrava e eu pedia mais. Ele me abraçou pela cintura e me jogou pra cima do colo. Comecei a rebolar, naquele mesmo ritmo que estávamos, devagar. Ele gemia junto comigo, quando via minha boceta engolir o pau dele. Em determinado momento, senti um arrepio sinistro. Como se alguém nos observasse, olhei pela janela, estava aberta. Só havia a luz da lua lá fora e dentro do quarto. Estávamos tão afoitos pelo sexo, que esquecemos de acender as luzes.

Não havia nada no lado de fora, me concentrei no que estava fazendo ali dentro. Rebolava para todos os lados, sentava com força naquele pau delicioso e lá vinha mais um gozo. O abracei, ele me beijava enquanto fincava com força em mim, aproveitando pra se derramar também.

Estávamos os dois abraçados. Ficamos calados ouvindo o barulho da noite. A água correndo pelo rio, os bichos com seus ruídos estranhos.




Adormeci sobre o peito dele. Enquanto ele me acariciava os cabelos.


Quando acordei, já era segunda. Estava sozinha na cama. Levantei, olhei pela janela e o carro não estava na frente da casa. Me vesti e saí a procura do Gabriel, mas nem sinal dele. Fiquei com raiva daquele peão folgado. Como ousava me deixar sozinha na nossa lua de mel?
Fui pra cozinha faminta. A mesa estava posta, havia um bilhete encima da mesa.
“Já volto”.
O amassei e sentei pra comer.
Não demorou ele chegou. Ouvi quando estacionou o carro na frente de casa e nem saí pra recebê-lo.
Ele entrou na cozinha com o bebê nos braços e o cachorro pulando a sua volta.  Logo minha cara enfezada deu lugar a um sorriso.
-Hei mamãe, estava com saudades.
-Por que não avisou que ia buscá-la?
-Você estava dormindo tão bem.-Ele me deu o bebê e sentou a minha frente.-Então, o café está bom?
-Um pouco forte.
-É o costume.
-E o bagunceiro?-Falei me referindo ao cachorro que pulava na mesa.-Pensei que não gostasse dele.
-É seu amigo, fazer o que?-Ele acariciou a cabeça do golden e se voltou para mim.-Seus pais nos convidaram para o almoço. Resucei o convite, se não se importa.
-Não.-Balancei a cabeça enquanto Natalia sugava com força.-Quando vamos nos mudar?
-Hoje mesmo, se você quiser.-Ele se levantou e me puxou para fora.-Vem comigo.

Fomos andando para os fundos da casa. Sentamos embaixo de uma mangueira, próximo há um rio. Ele me abraçou pelo ombro. Ficamos ali, embaixo da sombra, com o cachorro correndo em volta e latindo, o bebê mamando com vontade. Era o meu sonho se realizando. E não precisava de mais nada. Deus havia me dado mais do que merecia.

















Histórias de Peão. Parte XII

Bem vinda cegonha.

Certa tarde, meu avô apareceu a minha porta. Estranhei, mas, enfim, fazia alguns meses que não nos víamos. Eu estava usando uma blusa folgada, não dava pra aparecer nada. Até mesmo porque, eu não tinha barriga nenhuma.

Ele tinha uma pasta nas mãos. O convidei a entrar, conversamos amenidades e ele foi se irritando.

Até que não agüentou mais, puxou a fatura do meu cartão e me pediu uma explicação.

-Eu não gastei tanto assim.
-Então vamos falar, sobre o que gastou.-Ele pegou o papel, sublinhou algumas coisas e me devolveu.-Explique agora.

O nome das lojas de bebê, das clínicas aonde eu havia me consultado. Não tinha nada detalhado, mas pra bom entendedor, meia palavra basta. E meu avô era esperto igual a uma raposa velha.

-Então, desembucha.
-Você não quer beber nada primeiro?
-Não, é capaz de não me controlar e te dar uma surra.-Ele falou irritado.-Então, estou esperando.
-Não era pra eu ter essa conversa, com meus pais?
-Seus pais são dois parvos. Quem resolve questões entre a família sou eu.
-E você pretende entregar meu bebê pra algum peão da fazenda, igual fez com o Gabriel?
-Então, você está mesmo grávida.
-Estou.
-Ao menos sabe quem é o pai?
-O Gabriel.-Subi as pernas e abracei os joelhos.
-De novo a mesma história.-Ele recostou na poltrona e jogou uma perna por cima da outra.­-Precisamos resolver o que vai ser feito.
-Não há nada a ser feito por enquanto.
-E vai esperar até quando, pra correr atrás dos seus direitos. Ou você fez esse filho sozinha?
-Não, eu não fiz.-Me sentia uma criança que fez arte na escola.
-Então vamos resolver essa questão, antes que ele se case.
-Como é?-Ele me estendeu um convite.-O que é isso?
-Dá uma olhada.

O convite era bem moderno, com a foto dos pombinhos e uma frase melosa de fundo. O casamento era para dali a dois meses. Me senti tão humilhada naquele momento. Mais uma vez, fui só a despedida de solteiro de alguém.

-Eu não quero me casar à força com ninguém. Se ele já tem planos, deixe-o seguir com eles.
-Mas e o seu filho, vai ficar sem um pai?
-No momento, ele só precisa da mãe.
-Você tem noção do que acaba de dizer?-Ele sacudiu a cabeça.-Você é uma adolescente ainda.
-Ah, não sou não.
-Pra mim, mais parece uma criança.-Ele levantou e foi até o bar, pegar algo pra beber.-Tem em mente, o que vai fazer?
-Até agora não me caiu à ficha.
-Então, você vai voltar comigo pra fazenda e esclarecer tudo isso de uma vez.
-Eu sei que você quer o melhor pra mim, vovô. Mas no momento, eu não posso ir.
-Por que não?
-Ainda não estou recuperada. O Gabriel brincou comigo esse tempo todo, me sacaneou até não poder mais. Quero estar preparada pra poder encará-lo sem medo.
-Você gosta dele?
-Mais do que devia.
-E o Miguel?
-É complicado. Miguel é um bom homem, nunca brincou comigo. Queria ter gostado dele. E queria mais ainda, que esse bebê fosse dele.
-Ainda está em tempo de ser.
-Não quero enganar o Miguel.
-Ele não te enganou esse tempo todo, ou você sabia que ele era noivo da Vitória?
-Não, eu não sabia.-Ele se aproximou de mim, sentou ao meu lado e me puxou pra deitar a cabeça em seu colo, assim como fazia anos atrás.-Eu não sei vô, se é a melhor escolha. Mas quero ter esse bebê.
-Você está certa.-Ele começou a trançar meus cabelos.-E está tudo bem com você? Estão precisando de alguma coisa? Já fez exames?
-Já fiz tudo que o médico me indicou. Tirando o mal estar, estou bem e ele também.
-Já sabe se é menino?
-Não, ainda é cedo.-Sorri.-Por quê?
-Nascem muitos meninos na família. Você e a Chloe, foram exceção. Mas são mais determinadas do que a maioria dos Ramos.-Ele parou um momento para refletir.-Um casamento seu com Miguel, me cairia bem. Aquele negócio de soja dele, é bem interessante.
-Vovô!


Passei à tarde com meu avô. Saímos, passeamos no shopping, ele comprou mais um monte de coisas para o bebê.  E me presenteou com uma camisola horrorosa de grávida, que no momento, eu achei a coisa mais fofa do mundo.
Estava ansiosa pra ver o barrigão crescer.

E não demorou muito, começou a despontar. Todo mundo dizia que seria um menino, mas eu ainda tinha esperanças. Meus pais vieram me ver, depois que meu avô voltou pra fazenda, não me passaram um sermão, imaginaram que meu avô iria até me deserdar. Pra todo mundo, o coroa continuava mantendo as aparências. Mais isso ficou em segredo. Nem minha avó sabia, porque ela estava caducando e podia dar com a língua nos dentes.

Paulo ficou triste quando soube da minha gravidez. Saímos algumas vezes mais, só que eu não tinha mais ânimo para vê-lo.

Antes de completar cinco meses, fiquei sabendo que meu sonho iria se realizar, eu teria uma menininha. Já tinha até escolhido o nome, seria Natália. E naquela mesma semana, era o casamento. Alguma coisa me deu forças, acho que foi a pequena Natália que chutava em minha barriga. Peguei meu carro, dirigi até Boiadeiros, no domingo de manhã.

Estava um calor filho da puta. Fui com um vestidinho florido, minha barriga ficava linda dentro dele.

Quando cheguei à fazenda dos meus tios, vi aquela tenda linda armada, meus olhos encheram de lágrimas.

O casamento já havia começado, eu cheguei logo no comecinho. Houve um burburinho quando entrei, muitas pessoas ali, já sabiam do meu caso com os dois melhores partidos da cidade. Fiquei escondida lá atrás, entre as pessoas que sobraram em pé. Esperava ter coragem pra interromper o casamento na hora certa.
Ele estava tão lindo. Num terno creme, os cabelos penteados para trás. De braços dados há uma noiva bonita, com os cabelos presos em um coque, um vestido florido, ideal para o casamento de dia, mas extravagante. Muito cheio de laços e saias.

Fiquei feliz por ter ido de óculos escuros, comecei a chorar assim que o vi. Natalia chutava minha barriga, acho que ela estava incomodada. E foi aquele chute, que ela me deu na bexiga bem na hora da pergunta, que me impulsionou a acabar logo com aquilo. Seria constrangedor, fazer xixi ali na frente de todo mundo.

-Se tem alguém...
-Tem sim.

Falei logo após o chute. Uma multidão olhou pra mim, fiquei corada, nem sabia o que falar. Comecei a gaguejar. Gabriel olhou pra trás, assim que ouviu minha voz, me procurando. Empurrei algumas pessoas e saí ali, no começo do tapete. Queria ter lembrado de levar a câmera pra fotografar a cara de espanto dele, quando me viu.

-Maria Flor, o que está fazendo?-Foi o Fernando, que estava lá na frente com eles.-Vai estragar mais um casamento?
-Tenho culpa tio, se os homens dessa cidade não prestam?-Cheguei mais à frente.-Miguel não valia muita coisa, Vitória está bem melhor agora. Já no caso do Gabriel, não me importo que ele se case, desde que assuma a responsabilidade dele.
-Flor.-Gabriel olhava pra minha barriga, ainda chocado.
-Você é o pai desse bastardo Gabriel?-Perguntou a noiva espalhafatosa.
-Dobra a língua ao falar da minha filha.-A empurrei pro lado.-Então, vai continuar sendo o canalha de sempre? Tem uma criança aqui, vai precisar de um pai.
-E é meu?-Ele se aproximou de mim, meu coração batia disparado.-Como você sabe?
-A cachoeira.-Foi tudo que falei.-Se você quiser continuar o casamento, tudo bem. Podemos conversar depois.

Meus olhos encheram, dei as costas a ele, mas ele segurou meu pulso.

-Gabriel.-A outra ficou com raiva.
-Vamos conversar agora, fora daqui.

Ele saiu me puxando entre as pessoas. Me levou pra dentro da casa, seguiu pro quarto, nos trancamos lá dentro. Estava uma bagunça, ao que percebi, ela iria ficar ali com ele. Vi a portinha do banheiro e fui pra lá. Precisava tanto fazer xixi. Mas fiquei apavorada, quando vi um rastro de sangue na calcinha. Dei um grito desesperado, Gabriel entrou no banheiro perguntando o que aconteceu. Viu que eu estava sangrando.

-Está doendo?
-Não.-Ele se aproximou.
-Fica tranqüila, vou te levar no hospital, vão te examinar, vai ficar tudo bem.

Ele me pegou no colo, enfrentou uma multidão de pessoas, me levou até a pick-up que estava estacionada no lado de fora e seguimos pra cidade. Ele segurava minha mão, eu sentia o bebê chutando, por isso não me desesperei.
Ele parou em frente há uma clínica particular. Foi uma espécie de emergência. Ficou ao meu lado todo o tempo. O médico foi atencioso, fez perguntas e exames, me colocou no soro enquanto me preparava para uma ultra-sonografia.

Gabriel tirou o terno e a gravata, ficou com a camisa aberta. Sentou ao meu lado, perguntava se eu estava sentindo alguma dor. Quando o médico voltou, ele estava mais nervoso. Ficou parado, com os olhos grudados na tela, enquanto aparecia minha princesinha chutando e brincando. Ele mostrou os detalhes dela, as mãozinhas, os pezinhos, quando colocou o áudio do coração, Gabriel começou a chorar. E ele falou quantas semanas aproximadas. Então se calou.

Algo não estava bem, mas ele não falava nada. Checou tudo que podia, desligou a máquina e tirou os óculos, falando pausadamente.

-Sua placenta teve um pequeno descolamento.-Ele guardou os instrumentos e me deu um bocado de papel pra me limpar.-Você terá que fazer repouso. Não absoluto, mas está proibida de montar, correr, se alterar. Enfim, tenta não sacudir muito essa barriga.
-E quanto a sexo?
-Pelo tamanho da ruptura, não tem problemas. Desde que tomem cuidados. Não vão fazer de cabeça para baixo pulando de uma ponte, porque aí também, já é demais né?

Corei na hora, ele me passou alguns remédios, me disse o que eu deveria e não comer. Me liberou assim que o soro acabou.

Estranhei quando Gabriel me levou pra casa dele.

-Acho que não é hora pra conversarmos.-Falei, enquanto recolhia os resultados dos exames.-Você quer marcar em algum outro lugar?
-Não, vamos conversar aqui.-Ele saiu e abriu a porta pra mim.-Fica tranqüila, ninguém vai nos importunar.

Ele me levou devagar pra dentro da casa. Havia muita gente por ali. Todos pararam com seus afazeres e ficaram olhando pra gente.

-Está tudo bem?-A mãe dele perguntou.
-Só um probleminha com o bebê, mas já vou resolver isso. Com licença.

E seguimos o rumo do quarto. Estava tudo arrumado.

-Acho que sua noiva não gostou muito.
-Pedi para levarem as coisas dela para o quarto de hóspedes.-Ele me fez sentar na cama, acomodou os travesseiros atrás das minhas costas, me deixou o mais confortável possível.-Você quer comer alguma coisa? Ou... beber?
-Não.-Eu estava aproveitando cada atenção que ele estava me dispensando.-Podemos conversar agora, Gabriel?
-Eu ouvi da boca do médico a data.-Ele me interrompeu.-Realmente, bate com a data em que eu te estuprei na cachoeira. Então, não resta dúvidas de que o bebê é meu.-Ele sorriu.-Finalmente algo em você é só meu.

Meus olhos encheram, não consegui mais segurar. Ele me abraçou enquanto eu chorava compulsivamente em seu ombro. Há tanto tempo eu precisava daquele abraço, que me aproveitei dele, o máximo que pude.

Alguém entrou no quarto, quando me afastei dele, vi a noiva enfezada. O pai estava com ela.

-Gabriel, precisamos conversar.
-Não pode ser em outra hora?
-Se a mocinha aí foi valente o suficiente pra estragar o casamento de vocês, então ela pode ouvir o que tenho a dizer.
-Escuta aqui Antonio.-Ele se levantou.-Você está dentro da minha casa, eu sei que estou errado, mas a minha filha precisa descansar. É uma gravidez delicada, não quero aborrecer a Flor. Podemos conversar outra hora, por favor?

Me senti tão orgulhosa, quando ele falou “minha filha”. Os dois se olharam e saíram do quarto. Ele voltou até mim, colocou a mão sobre a barriga e foi recompensado com um belo chute. Os olhos dele encheram na hora. Ele deitou a cabeça no meu colo, colocou o ouvido encostado a minha barriga e começou a sorrir, enquanto conversava com ela.

-Qual é o nome que você escolheu?
-Natália.-Ele ficou pensativo.-O que foi, não gostou?
-Não, é um nome bonito.-Ele sorriu.-Mas eu gosto de Sophia.
-Que bom. Quando tiver uma filha com sua noiva, coloca esse nome.

Ele se calou por uns instantes, acho que voltou a realidade.

-Pensei que você fosse querer que eu assumisse o bebê.
-E você vai assumir o bebê.
-E pra isso, não quer se casar?
-Eu? Um modelo de lealdade?-Ele ficou vermelho.-Por que você se casaria comigo?

Ele se calou. Fiquei um tempo remoendo, até que ele resolveu falar.

-Porque eu te amo.-Fiquei chocada, esperava tudo, menos aquilo.-E estou arrependido de tudo que fiz com você. Devia ter ido até lá, conversado com você, te conquistado, pedido pra namorar. Mas você me fazia agir como um animal.
-Por quê?
-Porque você é gostosa.-Ele levantou a cabeça e aproximou os lábios.-É quente, tem um fogo que me deixa doido.
-Gabriel...

Ele me beijou. Me puxou pela cintura, o mais perto que pôde. O abracei e ele enfiou a mão entre meus cabelos, enquanto o beijo ficava mais intenso.

Bateram a porta, interromperam aquele beijo maravilhoso.
A mãe dele entrou com Vitória. O barrigão dela estava lindo. Quando ela me viu, pulou na cama e me abraçou.

-Flor, quando minha mãe falou que você estava aqui, eu vim correndo. Nossa que barriga linda. É sobrinho, ou sobrinha?
-É uma menina.-Sorri acariciando a barriga.-E esse peãozinho aqui?
-Só falta uma semana.-Ela sorriu corada.-Ta até difícil de andar.
-E você veio correndo.-Sorri.-E o pai?
-Ta na roça.
-No domingo?
-É, ta plantando. Estamos com um pedacinho de chão e ele tem trabalhado de segunda há segunda, pra fazer aquilo lá prosperar.
-Flor querida, você está bem?-Foi a Chloe.
-Estou sim tia.-Fiquei vermelha.-Estraguei mais uma festa né? O Fernando deve estar louco.
-Na verdade, ele ta achando até graça.-Ela sentou na outra ponta da cama.-Dois casamentos estragados, dois netos. Agora, um casal. Ele vai ficar louco quando souber.
-Gente, eu posso terminar minha conversa com a Flor?-Gabriel falou um tanto alterado.
-Ah sim querido, desculpe.-Chloe se levantou.-Vamos indo Vi?
-Vamos sim.-Ela sorriu.-Depois me conta as novidades.
-Ta.-Elas saíram e ele trancou a porta por dentro.-Por que essa grosseria toda?
-Porque quero ficar sozinho com você.-Ele sentou novamente na cama.-Aonde estávamos mesmo?

Ele voltou a me beijar. Deitei na cama, e a mão dele já foi pra baixo do meu vestido, devagar ele tirou minha calcinha e começou a me estimular.

-Gabriel, não.-O afastei de mim, antes que perdesse a cabeça.-Você está sendo muito gentil, mas ainda não esqueci o que fez comigo a última vez que nos vimos.
-Flor... me perdoa. Perdi a cabeça.
-Até quando vai perder a cabeça?
-Nunca mais, eu prometo.-Ele veio pra cima e eu virei o rosto.
-Eu... tenho que ir.

O afastei de mim e me levantei. Se ele estava pensando que eu iria ser a mesma Flor fácil de sempre, estava enganado.

-Você ouviu o médico, é bom eu ir andando. Tenho que descansar, meus pais nem sabem que estou aqui.
-Pode ficar aqui comigo...
-Não, é melhor você dispensar seus convidados, conversar com sua noiva. Adiem o casamento, porque acho que hoje, não tem mais clima.-Alcancei minha calcinha, a coloquei e fui saindo.-Depois... outro dia a gente conversa.

Saí sem deixá-lo me seguir. Passei pela sala e fui direto pro carro. Eu ainda estava movida pela adrenalina. Saí atrás de uma frota de carros, dos convidados que iam se retirando aos poucos.

Dirigi até a fazenda do meu avô e foi surpresa pra todos quando me viram. Claro, já imaginaram de cara, o estrago que fiz naquele dia. Meu avô já me trancou no escritório, me fazendo desembuchar o que eu estava fazendo ali.
Foi uma conversa rápida, contei a ele o que fiz na festa, ele até achou graça, mas ficou por isso só.

Meus pais, como sempre na deles. Nunca interferiram na minha vida. Perguntaram pelo bebê, planejavam uma visita para aquela semana. Contei a eles tudo que estava acontecendo. Tudo parecia estar bem encaminhado. Eu esperava que estivesse mesmo.

Passei o dia descansando. Estava esgotada. A noite, não tinha mais sono. Estava quente, saí pela varanda e fui pra piscina. Entrei devagar, sentei nos degraus da escada, estava com um biquíni um pouco velho, caiu perfeitamente. Eu tinha somente barriga, de costas, nem parecia que estava grávida.

Ouvi passos ritmados na escada, virei pra trás e vi o peão subindo, quando olhou pra piscina e me viu lá, se adiantou mais rápido.

-Você devia estar descansando. Não lembra do que o médico disse?
-Só estou relaxando um pouco.-Acariciei a barriga, o bebê estava quietinho.-Então, como estão as coisas?
-A Tânia e os pais se foram, pouco tempo depois que você saiu. O pai dela promete me processar. Ela até tentou fazer um acordo. Queria que eu esperasse o bebê nascer, para fazer o DNA. Então nos casaríamos.
-E você?
-Não quis.-Ele sentou na borda da piscina, com os pés dentro da água.-Não sei porque deixei chegar tão longe.
-Porque você gosta dela?
-Gostava anos atrás. Foi namoro de faculdade, acabou virando noivado, mas quando voltei pra Boiadeiros... bem, esquece.

Ficamos em silêncio algum tempo. Começou a brisa fria, resolvi sair da piscina. Ele me ajudou, me acompanhou até o quarto. Ficou esperando na varanda, enquanto eu ia me secar e colocava uma roupa confortável. Vale lembrar, que nenhuma calça ou bermuda cabia em mim. Coloquei um vestidinho de alça, colorido. Nunca gostei dele, mas estava cabendo. Sentei na varanda com ele, ainda calado. Só me olhava.

-Por que sua irmã não estava no casamento?
-Ela não concordava com ele.-Ele deu de ombros.-Mas quando ficou sabendo que você estava aqui, veio correndo.
-E também não notei a presença do seu melhor amigo lá.
-Ele e eu, tivemos uma briga séria.­-Ele me mostrou um corte encima da sobrancelha, que me passou despercebido.-Logo depois que ele voltou da sua casa.
-Ah, você mereceu.-Sorri.-Queria ter visto a surra.
-Depois disso, ele não falou mais comigo.-Ele deu de ombros.-Fiquei até sabendo de uns rolos dele, mas de repente, são só boatos.
-Que tipo de rolos?
-Mulheres.
-Conhecendo o Miguel.-Dei de ombros.-Não são boatos.
-Ainda gosta dele?
-O que isso importa?-Devolvi a pergunta, não queria discutir naquele momento.-Sabe Gabriel, até descobrir o bebê, eu queria muito levar uma vida normal, conhecer alguém que valesse a pena, me apaixonar. Ser feliz. Estava até conseguindo isso, mas descobri o bebê. Bom, ela não foi o problema, mas o cara desanimou quando descobriu que eu estava esperando um filho de outro homem.
-E você gostava dele?
-Não tinha do que me queixar.-Dei de ombros.-Se você quiser, podemos fazer o DNA assim que ela nascer.
-Não precisa.
-Faço questão.
-Flor, para.-Ele se levantou e ajoelhou a minha frente.-Eu sei que fui um canalha. Um verdadeiro idiota, porque pensei que se ficasse com você, seria trocado pelo Miguel.
-E por que pensou isso?
-Ele é mais velho, mais bonito, tem mais dinheiro.-Ele deu de ombros.-Sempre ganhou todas as apostas, todas as garotas.
-Então, esse problema entre vocês, é pura rincha? Competição.
-Não... sim... mais ou menos. É complicado.-Ele segurou minhas mãos, as beijou.-Eu fiquei com medo de lutar por você e no final, você preferir a ele.
-Gabriel, você bebeu?-Entendi naquele momento, porque ele estava tão meloso. O cheiro de álcool subiu forte.
-Um pouquinho.-Ele sorriu.-Precisava de coragem para vir aqui falar com você.
-Falar o que?
-Que você sempre mexeu comigo.-Ele baixou a cabeça, a deitou no meu colo, acariciando minha barriga.-Desde que tinha quinze anos, vinha visitar seu avô e ia pra cachoeira montada de biquíni. Quando você voltou, senti uma coisa estranha, um desejo louco. Você era tão patricinha e em pouco tempo virou uma caipira. Tinha um pouco das duas eu acho, isso te deixava mais atraente. Porque você era uma caipira com estilo.

Ele se calou por um tempo, parecia estar desabafando. Levou alguns minutos matutando, até que resolveu falar de novo.

-Senti tanta raiva, quando Miguel me contou que havia comido a neta do coroa.-Ele falou sério.-Ele usou essas palavras: Meu irmão, não sabe quem eu comi agora. Aquela patricinha da neta do velho. Que mulher fogosa, se você soubesse.
-Ele falou é?-Meu rosto queimou na hora. Vergonha e raiva se misturaram.
-Contou detalhes, de como te pegou na varandinha do barracão, da mesa do estábulo. Eu me contive pra não partir a cara dele. Daquele momento em diante, eu te via com outros olhos. Não era mais a garotinha que andava a cavalo de biquíni, era a mulher crescida, que estava trepando com o meu melhor amigo. E o pior, é que agüentava calado o que ele falava, porque não queria incentivar outra competição. Depois, foi você que mudou. Me provocava abertamente, com a intenção de me seduzir.
-Claro, você logo me imaginou como uma Puta que estava dando pra cidade inteira.
-Mais ou menos isso.-Ele se levantou e me levou pro quarto.-Só pensava que, se você mentia quanto ao que estava rolando entre você e o Miguel, então não era digna de ser minha mulher.
-Miguel me pegou de surpresa no barracão.-Falei enquanto ele arrumava a cama, pra me deitar nela.-E só voltei a ficar com ele, porque a empregada me disse que você tinha ido ao cinema, com a sua “namorada”. Senti tanta raiva de você naquele dia. Porque não havia me dito que tinha uma namorada.
-Foi uma visita surpresa dela. E não havia ido ao cinema, fui levá-la a rodoviária. Quando voltei, encontrei a empregada e ela disse que você estava me procurando.
-E por que nunca me falou sobre sua namorada?
-Porque o namoro estava acabado. Ela veio de surpresa, pra reconciliar, justamente depois do que o Miguel me falou.-Ele sentou atrás de mim e começou a acariciar minha barriga.-Estava com a cabeça quente, com ciúmes, transei com ela, querendo estar com você. E naquela mesma noite, quando encontrei você no estábulo, Miguel nos viu entrando na cabana e veio tirar satisfação comigo, quando você foi embora. Daí começou outra competição. Porque ele achava, que tinha visto você primeiro.

-Porque não me contou que ele era noivo da Vitória?
-Queria ver você se dar mal com ele.-Ele me abraçou por trás.-Não imaginava que o casamento teria aquele fim. E quando soube que a culpa foi sua, pensei que havia feito aquilo, pra ficar com o noivo.
-Só queria que a Vitória fosse feliz.-Fechei os olhos, sentindo as lágrimas vencendo.-Imaginava você me oferecendo a garupa, assim como o capataz fez com ela. Estava iludida com romances. Acreditava que tudo eram flores.
-Cada um teve sua parcela de culpa nessa história.-Ele beijou minha nuca.-Eu só quero que você me perdoe.
-É difícil Gabriel. Porque nós não tínhamos um relacionamento, eu podia trepar com quem eu quisesse. Agora. O modo como você me tratou no hospital, o que fez no meu apartamento. Você não pode me julgar, por procurar no Miguel, o que eu não tinha com você. Porque ele até podia ser um cafajeste, mas dizia estar apaixonado por mim, se declarava. No meu mundinho, eu queria que fosse você. Mas a realidade doía mais. Por isso que eu gostava tanto dele.

Ele ficou calado mais uma vez. Pensei que tivesse dormido. Após algum tempo, me virou pra ele, ficamos com o rosto muito próximo um do outro e ele me beijou.

Cedi ao beijo, me entreguei àquela maravilha. Ele estava diferente, me beijou de uma forma apaixonada, me puxou mais pro abraço, a língua invadiu a minha boca. Se afastou dos meus lábios, beijava em volta, afastou pras bochechas, desceu pro pescoço. Eu já estava inteira arrepiada. Segurei com força na camisa dele, enquanto ele explorava meu pescoço, fazia cócegas. Comecei a tremer, sentindo o corpo reclamar por sexo. Então ele parou, acariciava meus cabelos, tirava a franja dos olhos.

-Casa comigo?-Ele sussurrou, fiquei muda, sem saber o que dizer, sem acreditar também.-Me deixa ser seu príncipe encantado. Sobe na minha garupa.

Comecei a chorar, não esperava por aquilo. Também não tinha palavras. Eram tantos sentimentos, que eu só conseguia esconder meu rosto entre o pescoço e o peito dele e chorar. Uma mão dele estava emaranhada no meu cabelo e a outra, me puxava mais pro abraço. Nos deitamos devagar.

Dormi naquela posição, sem lhe dar resposta.

Acordei no outro dia, com o corpo leve. Me virei e lá estava ele, aconchegado em mim, num abraço gostoso. Estava numa confusão de sentimentos, porque queria acordá-lo com beijos e queria mandá-lo embora dali com chutes e ponta-pé.
Eu não podia me casar com ele. Não, com toda aquela mágoa que ainda sentia. Seria um casamento fracassado, eu ficaria remoendo aquilo pelos anos que viessem. E não queria aquele sofrimento. Não culparia o bebê, pela minha burrice.
-Gabriel?-Chamei baixinho, ele abriu os olhos devagar, ficou algum tempo me observando.-Já amanheceu, você precisa ir.
-Me deixa ficar só mais um porquinho.
-Um pouquinho quanto?
-Até arrancar sua calcinha e te fazer gritar de prazer?-Fechei a cara, ele entendeu o recado.-Tudo bem, eu estou indo.
Devagar ele foi levantando. Eu estava num tesão louco, mas não ia ceder. Ele ajoelhou na cama, me deu um baita beijo que quase me fez voltar atrás e saiu pela varanda.
Claro, eu estava com o tesão há flor da pele. Mas o deixei ir. Estava mais sensata. Palavras não curam feridas, só amenizam.
À tarde eu já estava cansada de ficar em casa. Inventei uma desculpa qualquer e fui saindo de casa, mas minha mãe, sabendo que eu iria acabar extrapolando, se ofereceu para ir comigo.

Fomos à cidade. Ali tinham algumas lojinhas bonitinhas, eu precisava de roupas de grávida. Porque estava usando roupas de adolescente e estava me sentindo horrorosa.
Entrei em uma menos caipira o possível, enquanto olhava alguns vestidos, vi de relance alguém passar do lado de fora. Quando me virei, era o Miguel. Ele estava esperando para atravessar a rua, saí da loja correndo, antes que ele chegasse do outro lado.
-Miguel!
Ele parou no meio da rua e se voltou pra mim. Voltou devagar, sério, quando se aproximou, deu uma olhada significativa pra minha barriga e sorriu de leve.
-Não vai me dizer, que andou comendo tanta besteira que engordou.
-Não estou gorda seu desaforado.
-Eu to sabendo.-Ele coçou a barba.-É dele mesmo?
-É.
-Ponto pra ele.-Ele riu, aquilo me deixou nervosa.-Não é que o cara conseguiu?
-Fica triste, quando perde uma aposta Miguel?-Ele fechou a cara.-Porque não passei de um objeto de aposta entre vocês dois, não foi?
-Espera aí, ninguém apostou nada.
-Mas você, pra ganhar dele, até disse que estava apaixonado por mim. Eu nunca desconfiei.-Fiquei irritada.-Eu fui uma trouxa mesmo.
-Não, eu realmente gosto de você.-Ele deu de ombros.-Só que achei excitante, brigar pela garota mais interessante e rica da cidade.
-Passatempo divertido esse de vocês hein?-Dei-lhe um tapa na cara, com toda a força que consegui.-Essa foi pra descontar a raiva.
E dei outro.
-E esse agora?
-Foi por ter me feito de trouxa.-Lhe dei as costas.-Agora com licença, estou me atrasando a toa.
-Hei gostosa.-Me virei e ele deu o sorriso mais safado que tinha.-Você está linda. Se o babaca não assumir, me procura. Sabe que sempre quis ser pai.

Um monte de gente viu e ouviu a nossa conversa. Minha mãe estava dentro da loja, de braços cruzados.

-Até quando vai ficar espancando esse moço?
-Até minha raiva passar.-Voltei para minhas compras.-Esses dois merecem mais do que uma surra.
-Já vi que você vai aprontar.-Ela puxou um vestido do fundo de uma pilha que a vendedora trouxe.-Olha esse, é charmoso.
Realmente, eu ia aprontar. Não com finalidades sexuais, só iria fazer aquele peão sofrer, do jeito que fez comigo.
E não passou muito tempo, ele estava todo dia na fazenda. Vinha me ver, trazia flores, perguntava pelo bebê, me tratava com um cuidado, parecia que eu era feita de porcelana. E todo dia ele me pedia em casamento. E sempre recebia uma resposta negativa.
Não demorou muito, José Fernando (O filho da Vitória) nasceu. Gabriel e eu fomos convidados para sermos os padrinhos. E quando o menino fez três meses, eu já estava com oito.
A festa foi na fazenda dos avós coruja. Tudo estava diferente agora. Fernando era simpático comigo. Me pediu até desculpas pelas ignorâncias do passado.
Foi uma reuniãozinha animada. A família e alguns amigos. Tive alguns problemas com fofocas que chegavam aos meus ouvidos. As pessoas falavam de mim na cara dura. Sem ao menos disfarçar.
Fiquei chateada quando ouvi que estava dando o golpe da barriga. Natalia estava tão quietinha ultimamente. Eu vinha fazendo acompanhamento médico toda semana. Ele falou que era normal, estava na reta final.
O dia estava quente, resultado disso, minha pressão baixou. Comecei a ficar com dificuldades de respirar, suando frio. Por sorte Gabriel estava por perto e percebeu que fiquei pálida.
-Me leva pro quarto agora.
Pedi e ele me amparou até dentro de casa. Antes de alcançar a varanda, ficou tudo escuro. Ele me levou no colo até o quarto, me colocou na cama.
Lembro de ter acordado já de noite. Ainda estava no quarto do Gabriel, estava geladinho graças ao ar condicionado. Sentei na cama devagar, minha cabeça doía um pouco, abriram a porta, vi a silhueta de um homem entrando no quarto. Fechei os olhos, doía tanto minha cabeça, que a luz incomodava.
Gabriel sentou ao meu lado, me abraçou.
-O que está acontecendo?
-Você teve uma queda de pressão. Um médico já veio te examinar. Recomendou que não saísse mais da cama.-Ele acendeu a luz do abajur.-Como está se sentindo?
-Morrendo de dor de cabeça.
-Espera que vou pegar os remédios.
Ele saiu, voltei a me deitar e logo estava dormindo de novo. Acordei com ele me chamando pra comer e tomar os remédios. Trouxe o jantar pra mim na cama, ficou ali comigo assistindo televisão. Parecia preocupado.
-O que o médico disse?
-Nada com o que deva se preocupar.
E ficou nessa incógnita. Só me disse que eu não sairia daquela cama até o médico permitir. No meu íntimo, eu sabia que ele estava mentindo, mas fiquei na minha.
Já de madrugada, ele veio deitar junto comigo. Me abraçou por trás, acariciando minha barriga, me beijando no ombro, nas costas.
-Sabe que sempre imaginei você deitada aqui comigo uma noite inteira?
-Sabia não.-Ele enfiou a mão por dentro da minha blusa.-O que está fazendo Gabriel?
-Shhh só aproveita e relaxa.
Ele começou a afagar meus peitos, apertar meus mamilos. Senti um arrepio cortar minha coluna, enquanto ele ia descendo beijos pelas costas. Aos poucos ele foi me virando, me fazendo deitar de costas na cama. Começou a tirar minha blusa, beijou minha barriga, ali onde eu sabia que estava o bumbum do bebê.


Depois foi a vez da calça. Ele tirou devagar, passou pelas minhas pernas, acariciando suavemente, a tirou, pegou meu pé esquerdo e começou a beijá-lo. Lambeu do dedão ao dedinho, sufoquei um gemido, até aquele carinho estava me dando tesão.
Devagar ele passou para o outro pé, dedicou a mesma paciência e atenção a ele. Foi descendo devagar, sempre segurando minha perna, até beijar o interior da minha coxa. Respirei pesado, quando ele chegou perto da porta de entrada.
Ele levantou a cabeça, me olhou por cima da barriga, achei até engraçado aquele momento. Sorri, ele considerou isso um sim, foi baixando minha calcinha, tirou ela pelas pernas e sorriu, quando viu minha gruta ali, molhadinha pra ele. Ele aproximou o rosto, o hálito quente já começou a me excitar de novo, fechei os olhos ele passou a língua de cima a baixo, começou a sugar todo mel que escorria de mim e se dedicou inteiramente ao meu clitóris. Gemi quando ele ficou inchado e daí em diante, não consegui mais parar.
Tentava sufocar, segurar, mas acabava gemendo um pouco mais alto. Mordi o dedo, coloquei o travesseiro na cara, quando estava alcançando o orgasmo, quase morri sufocada.
Ele parou, foi subindo os beijos, sugou meus seios, um a um, me deixando mais vulnerável ainda. Me beijou os lábios e se levantou.
-Não vou mais te perturbar.-Ele foi até a porta.-Tem uma mala com suas coisas encima da poltrona. Tenta descansar. Se precisar, é só chamar.
-Gabriel, aonde você vai?
-Vou... dar uma volta, esfriar os pensamentos.
-Não vai dormir comigo?-Ele ficou um tempo me observando pensativo.-E se eu precisar de ajuda durante a noite e não tiver como gritar?
-Está certo.-Ele suspirou, estava excitado pra caramba.-Eu vou tomar um banho frio.
-Posso ir com você?

Ele balançou a cabeça, me levantei e o acompanhei até o banheiro. Ele me deixou entrar primeiro, era meio apertado dentro do Box de vidro. Ele entrou logo atrás, me abraçou pela cintura, me deu logo um beijo afoito, enquanto a água fria caía sobre nós.

Dei um grito, ele se assustou. Esqueceu que eu detesto banho frio. Quebrou a friagem da água, enquanto ria de mim.
Com uma barra de sabão, começou a acariciar o meu corpo inteiro. Me beijava no ombro, no pescoço, subiu até a orelha e sussurrou:
-Se você casar comigo, te dou banho todas as noites.-Ele sugou minha orelha.-Vou te deixar louca, você nunca mais vai pensar em procurar outro homem, que seja pra te dar informação.
-Não.-Susurrei.-Não estou preparada.-O abracei, ele acariciava meus cabelos com a mão suja de sabão, fazia descer espuma pelas minhas costas.-Você sempre foi cruel comigo Gabriel. Eu não confio em você. Casamento é coisa séria, não dá pra brincar com fogo.
-Quem aqui está brincando?
-Há alguns meses, você estava se casando com outra. E agora... vem me pedir em casamento, como se nada tivesse acontecido?
-Não é como se nada tivesse acontecido.-Ele segurou meu rosto.-Maria Flor eu te amo. Ia me casar com outra, porque na minha mente, depois do que fiz com você no apartamento, nunca mais iria querer me ver. Ia me casar, pra me punir, por não ter você.
-Gabriel, é melhor pararmos com esse assunto. Por enquanto, minha resposta continua sendo não.
-Bom, pelo menos ganhei um “por enquanto”. Já é um passo.-Ele me beijou.-Vamos terminar isso logo. Você não pode ficar muito tempo fora da cama.

Voltei pro quarto antes dele. Levou alguns minutos mais para voltar. Algo me dizia que ele estava tentando esfriar os ânimos. Enquanto me ajeitava na cama, já de camisola, ele chegou com uma toalha enrolada na cintura.

Foi até o armário, tirou uma bermuda.

-Gabriel, vem aqui.-Ele veio devagar, com a bermuda na mão.-Tira a toalha.

Ele apertou com força a bermuda e deixou a toalha cair. O pau estava de pé, apontando pra mim. O segurei com carinho, ele se aproximou mais. Eu mordi a cocha dele, olhei pra cima, ele estava com aquela expressão de homem excitado. Fui aproximando os lábios dele, mordiscando em volta. Até que alcancei o membro, que pulsou na minha boca. Ele grunhiu quando o lambi inteiro, depois suguei a cabeça. Estava com uma saudade tão grande de chupar aquele pau, que tentei enfiá-lo inteiro na garganta, não chegou nem na metade, mas ele adorou. Segurava meus cabelos, puxando em direção ao pau dele e não demorou muito, estava gozando dentro da minha boca.

Continuei chupando até deixá-lo limpinho e engoli tudinho. Ele ajoelhou na cama e não demorou muito, estava deitado junto comigo. Mesmo sem a bermuda, se ajeitou ao meu lado e apagou a luz.


Histórias de Peão. Parte XI

Mudança de hábitos.

Pois é. Mal cheguei à cidade grande e a primeira coisa que fiz depois de me acomodar no apê, foi mudar o visual. Troquei o corte de cabelos, descolori e pintei, fiz uma tatoo atrás do pescoço e coloquei um piercing no umbigo. E as roupas? Nada mais de vestido de chita curtinho, botinha de couro e essas coisas.

Calças jeans justas, vestidos confortáveis e roupas descontraídas. Lavei até o carro, para arrancar os últimos vestígios de lama e esquecer totalmente da roça.

Difícil foi largar o sotaque. Mas isso, com o tempo...

Depois de tudo isso, chegou Vanessa. Pronta pra balada. Deixamos o cãozinho sozinho com água e comida e partimos pra uma boate que ela dizia ser freqüentada pela turma da faculdade.

O lugar era legal. Jogo de luzes, música eletrônica, amplo espaço, um bar enorme, com vários barman’s sarados. Enfim, chegamos, pegamos drinques e fomos dar uma volta, atrás de diversão.

-Aquele cara ali não tira os olhos de você.-Vanessa apontou discretamente para um tipo parado bem atrás de nós.-Tem uma cara interessante.
-É. Não é nada mal.-Dei de ombros.-Mas não vou chegar em ninguém.
-Por que não?
-Digamos que estou esperando a sorte me atingir, cansei de correr atrás dela.
-Então, vamos dançar.

Nos retiramos para a pista de dança. Havia esquecido de como era bom deixar a música envolver e controlar o corpo. Mover o quadril, a cintura, rebolar, balançar e sacudir. Era ótima aquela sensação de liberdade. Por um momento raro, o lamento e a mágoa, haviam passado. Fiquei realmente feliz, por ter mudado de rumo e de vida.

Lá pelas onze horas, pouco antes de a carruagem virar abóbora, o cara que estava de olho em mim, chegou junto. Estávamos dançando e ele chegou por trás, sussurrou algo no meu ouvido, que a música alta não me deixou ouvir. Me voltei e ele fez sinal com a cabeça, para nos afastarmos um pouco.

Vanessa sorriu e tomou meu copo e a bolsa. Segui o cara até o corredor de saída de emergência. Paramos perto da porta.

-Não deixei de reparar em você desde a hora em que entrou.
-É mesmo? E o que necessariamente você reparou?
-Todo o conteúdo.-Ele sorriu.-Meu nome é Paulo. Você é?
-Flor.
-Então Flor, não quer dar uma volta comigo?
-Uma volta demorada?
-Vai depender de você.-Ele sorriu.-Então, está a fim de dar uma volta comigo?
-Ta, mas não vamos muito longe.

Saímos da boate, ele falava algumas coisas sobre a cidade, reparou que eu não era dali, pelo sotaque. Você pode sair da roça, mas a roça não sai de você.

Emburacamos em uma rua escura, havia uma casa toda apagada, com aparência de abandonada. Tinha uma árvore em frente, uma amendoeira. Ele me levou até ela e me encostou no tronco.

-Até onde é o limite?-Ele perguntou sussurrando no meu ouvido.
-Até onde você puder me levar.

Ele sorriu, aquilo era um passe livre pra dentro das minhas roupas. O beijo que ele me deu foi intenso. Daqueles que te deixam acesa. A mão desceu pros meus peitos, apertando com força, provocando dor. 

A boca desceu pelo meu pescoço. Talvez por eu estar um tanto mareadinha, por causa da bebida, ou por estar ainda com aqueles dois na cabeça, eu não senti prazer. Cheguei a pensar que foi macumba que me fizeram.

Ele me virou de frente pra árvore e subiu minha saia, ajoelhou no chão, afastou minha calcinha e meteu a língua na brecha. Uma língua quente, que me deixou arrepiada. E não demorou, ele estava abrindo
As bandas do meu bumbum e lascando a língua no reguinho.

Fechei os olhos, os dedos dele me penetravam, lambia em voltado anelzinho, enfiava a língua e eu me arrepiei inteira.

Minha consciência dizia: Você nem o conhece, já está pensando em dar o cú pra ele?

E por outro lado: Eu nunca mais vou vê-lo mesmo.

Ele levantou, me prensou contra a árvore, tirou uma camisinha do bolso, sussurrando em meu ouvido que eu era a caipira mais gostosa que ele já tinha visto.

 Devagar, ele levou o pau até a entrada e foi penetrando. O pau dele era um tanto menor que aqueles que eu estava acostumada. Entrou fácil. Ele baixou minha blusa, deixou meus peitos ao vento e os segurou firme.

Me arrepiei inteira. Ele me puxava contra sua pica, arremetia com força. Me deu um calor, calafrios, estremeci, quando a mão dele visitou minha xaninha.

Ele metia com força, fincou fundo e esfregava meu clitóris, quase o arrancando do lugar.

Eu estava molhada, louca pra gozar. Mas o pensamento me pregou uma peça terrível. Eu me vi na última noite, presa entre aqueles dois brutamontes, gemendo feito louca, só queria gozar mais e mais.

Nem percebi que ele me levantou pelas pernas, me apoiou na árvore e meteu até gozar.

Fiquei alguns instantes me recuperando daquele dejavu. Ele me baixou até o chão e ajeitou minha saia.

Quando cheguei em casa com Vanessa, passava das três da manhã. Não quis mais ficar na boate. Estava cansada, frustrada.

-Você está calada de mais.-Ela comentou, enquanto eu separava roupas pra tomar um banho.-Normalmente fala pelos cotovelos.
-Estou cansada.
-Você ainda ta chateada por causa daqueles dois?
-Não, só não tive tempo de descansar direito. Amanhã temos que ir a faculdade resolver nossas vidas. Então, é melhor descansar um pouco.
-Ta certo.-Ela sumiu quarto a dentro, mas deu um berro que me assustou.-Ah não! Eu vou te matar seu demônio!
-O que foi?-Quando cheguei no quarto, o cachorro estava encolhido no canto e as roupas que ela deixou espalhadas pelo chão, estavam ruídas e mijadas. Corri para salva-lo.-Hei, você não vai matar ninguém.
-Ele fez xixi no meu suéter!
-É só mandar pra lavanderia.-Peguei o toquinho de cachorro que tremia.-Não precisava ter assustado o pobre.
-Esse Vira Lata está proibido de entrar no meu quarto.
-Deixa de drama.-Saí dali batendo a porta.-Você mal chegou, já começou a aprontar é?

Ele me lambeu o rosto e abanou o rabinho.

O coloquei no chão e fui tomar meu banho. Estava exausta e louca pra cair na cama.

Passou uma semana, iria começar a estudar na segunda. Iria cursar administração e Vanessa Moda. Estava levando uma vida sedentária, comia o dia inteiro, assistia televisão e chorava. Nem sei por que, chorava o dia inteiro quando Vanessa não estava por perto.

Lembrava das palavras do Gabriel no dia do casamento, no dia em que nos encontramos no cinema. Eu sentia pena de mim, por que o amava e sentia pena do Miguel, porque me amava. Às vezes, queria muito ligar pra ele e aceitar sua proposta. Outras, imaginava Gabriel me propondo casamento.

“Eu pedir você em casamento? Um modelo de lealdade?”, “Eu também tenho uma noiva”

Essas palavras me deixavam mais deprimida ainda.

Faziam dois meses desde a primeira vez na fazenda, e parece que só então, minha vida fez sentido. Agora, parecia vazia e sem vida.

E o Miguel, esse perdeu seus créditos comigo, quando descobri que era o noivo da Vitória. Como aceitar ao seu pedido de casamento e viver na insegurança?

Certa manhã saí pra fazer compras com Barnabé. Fui de carro por que estava exausta pra ir caminhando até o outro quarteirão.

Rodei pelo super mercado, procurando besteiras. Chocolate, sorvete, biscoitos. Enfim, comida de fossa.

Enquanto empurrava o carrinho longe da sessão de hortifruti, esbarrei com outro carrinho.

-Desculpa.-Quando me virei, era o Paulo sorrindo pra mim.-Eu sou muito desastrada.
-Não tem importância.-Ele sorriu.-Está mais bonita hoje. O que fez Flor?
-Nada.-Sorri pensando que aquela era a desculpa mais esfarrapada do mundo. Eu estava horrorosa.-Você está precisando de óculos.
-Não, você está diferente.-Ele sorriu.-Não foi mais a boate. Vi sua amiga por lá esses dias.
-Tenho estado ocupada com alguns afazeres. Também, sou da roça, não sou muito de balada.
-Entendo.-Ele emparelhou comigo.-Tem crianças na sua casa?
-Não, por quê?
-Pelas suas compras, imaginei.-Ele deu de ombros.
-Não, é pra necessidade mesmo.-Sorri constrangida.
-Bom, já que te encontrei, queria te convidar pra ir a uma festa lá em casa. Vai ser esse final de semana.-Ele me deu um cartão com o número.-Se quiser aparecer, me liga e te busco.
-Está certo, eu vou pensar nisso.
-Pensa com carinho.-Ele beijou minha mão.-Agora com licença, tenho que correr.
-A festa vai ser animada.-Apontei pras garrafas de bebidas que tinha no carrinho.
-Eh, pretendo que seja mesmo.-Ele sorriu.-E se você for, será inesquecível.
-Eu vou pensar.

Nos despedimos e fui para o caixa. Peguei minhas compras e saí puxando meu cachorrinho até o carro.

Quando cheguei à frente do edifício, pensei estar vendo coisa. Tinha dois peões amontoados lá, com umas malas enormes. Só podia ser miragem.

-Que porra é essa aqui?-Falei enquanto parava o carro no portão da garagem.
-A gente estava te esperando.-Miguel falou.-A disgrama do porteiro, não quis abrir.
-E ele está certíssimo. Aonde já se viu, deixar dois sujeitos horrorosos e sujos entraram em um condomínio de família?
-Mas...

Deixei eles falando sozinhos, entrei com o carro, tirei as compras e parei na portaria. Fiquei observando de dentro.

 -A senhorita conhece esses dois?
-Sim.-Vi os dois juntando as coisas pra ir embora.-Me empresta esse interfone.

Apertei o botão e respirei fundo.

-Hei seus dois manes, vão ficar parados aí fora?

O portão se abriu, entraram os dois caipiras no saguão do prédio e achei interessante a cara que alguns moradores fizeram ao vê-los ali com aqueles trajes. Uma garota os comeu de cima a baixo com os olhos.

Fui caminhando para o elevador, os dois se aproximaram quietos, logo a garota veio até nós e se espremeu no elevador conosco.

-Me dá essas sacolas aqui. -Miguel tomou as sacolas das minhas mãos. -Nossa, quanta coisa nutritiva Flor.

Eu sorri, a garota continuava a comê-los com os olhos, eu estava de óculos escuros, me sentia poderosa, afinal, aqueles dois brutamontes estavam ali pra me ver.

Chegamos ao meu andar, fui andando na frente com o cachorrinho, enquanto os dois vinham atrás, a garota ainda colocou a cabeça para o lado de fora do elevador, mas voltou correndo quando a porta se fechou.

Entramos calados, Miguel largou as compras na cozinha e Gabriel às malas no tapete da sala. O cachorrinho foi direto pra varanda beber água.

Joguei minha bolsa encima do sofá e me voltei para os dois.

-Então, o que fazem aqui?
-Saudades, ora. -Miguel veio até mim e encheu meus lábios com um beijo.

Sorri entre os lábios dele. Quanta saudade eu sentia e não sabia. Ele me abraçou pela cintura e me senti tão confortável naquele momento. Abri os olhos e encontrei Gabriel ao lado, nos observando.

-É... vocês querem beber algo?-Perguntei me afastando do Miguel.-Eu não tenho bebido ultimamente, mas se quiserem, tem aqueles troços horrorosos que vocês gostam de beber.
-Pra mim, qualquer coisa serve.-Gabriel falou, como se nada tivesse acontecido.-Pra falar a verdade, eu to é com fome. O que você trouxe de bom?
-Nada de interessante. -Miguel falou. -Sorvete, biscoito, pão de forma e pasta de amendoim, não é lá essas coisas.
-Podemos pedir uma pizza.-Sugeri.-Não estou a fim de cozinhar.
-Vamos fazer o seguinte.-Miguel pegou a carteira e estendeu a mão para as chaves do carro.-Eu vou buscar a pizza. Vi uma pizzaria não muito longe daqui. Volto logo.
-Espera.-Quando vi, ele já estava saindo, com o chapéu na cabeça.-Sei, isso vai atrás de algum rabo de saia.
-Está com ciúmes?
-Ah vai plantar quiabo.-Fui pro quarto trocar de roupas e ele me seguiu.-Posso ter o mínimo de privacidade pelo menos?
-Não tem uma parte do seu corpo, que eu não conheça.
-Mal chegou e já ta bancando o engraçadinho não é?
-Não gosto desse seu novo visual.-Ele falou, me ignorando.-Não combina com você.
-E daí? Gosto dessas roupas, não é você quem me banca, então fica na sua.
-Nossa, ta tão arisca.-Ele me segurou pela cintura.-Gosto de você de mini saia e top. Calça jeans e blusa de manga te cobre de mais.
-Se eu andar assim aqui, vão me chamar de prostituta.-Tentei me afastar.-Gabriel, para por favor.
-Me beija.-Ele segurou minha nuca.-Estou com saudades da sua boca.

Aproximei o rosto ao dele. Nos beijamos, um beijo gostoso, um beijo cheio de paixão e vontade. Me rendi ao beijo, deixei que ele me puxasse pra mais perto, me deitasse na cama e viesse pra cima.

Devagar, meus botões foram abertos, respirei fundo, um tesão repentino me invadiu, minha bocetinha enxarcou só em senti-lo encima de mim.

Nem sabia que estava tão necessitada dele daquela forma. Minha respiração já ficou pesada, meu peito subia e descia rápido. Ele me beijou e começou a roçar entre minhas pernas.

Fechei os olhos, o tesão só fazia aumentar, meus peitos estavam pesados, meus mamilos duros. Aos poucos os beijos dele desceram para o meu decote e quando a língua alcançou um dos mamilos, gemi de uma forma que nem eu sabia que podia. Gemi e ofeguei e ele baixou minha blusa até a cintura e sugou meus seios com vontade.
Eu já estava possuída pelo desejo, já havia esquecido a raiva e a mágoa. Ele só me sugava e eu já estava no paraíso.

A minha roupa nunca deixou meu corpo com tanta vontade. Meus peitos ficaram livres, quando se preparava pra tirar minha calcinha, ele parou e começou a se despir. Eu via nos movimentos dele, o quanto estava excitado e louco pra me possuir.

A calça deixou aquelas pernas firmes, me deu uma vontade tão grande de mordê-las, que minha boca encheu de água. Ele voltou pra cama e me jogou pra cima do corpo, queria um 69 e eu, mais que depressa atendi. Ele tirou minha calcinha e eu tirei o pau dele pra fora. Hum... ah que saudade daquele pau gostoso. Nem eu sabia o quanto precisava dele.

Ele também não conseguiu se controlar, disse que eu estava muito quente e me puxou contra sua pica, até gozar. Caí deitada sobre o peito dele, ainda respirava ofegante.

Antes mesmo de me recuperar, saí de cima dele, e segui para o banheiro. Tomei um banho frio, estava com o corpo suado. Gabriel não falava nada.

Quando Miguel chegou, ele estava no banho. Eu estava sentada em frente à televisão, não assistia nada. Estava pensando na minha fraqueza. Me sentia mal por desejar tanto ao Gabriel, depois de tudo que ele fez comigo.

-Então, demorei muito?
-Não.-Ele sentou ao meu lado, depois de deixar a pizza sobre a mesa de centro.-O que trouxe?
-Calabresa.-Ele jogou o braço sobre meus ombros.-Você está bem Flor? Desde que chegamos, você está com uma expressão tão abatida.
-Acho que é cansaço.
-O que tem feito pra se cansar tanto?
-Não sei. Mas ultimamente, me sinto tão cansada.
-Engraçado, na fazenda você acordava antes do sol.-Ele parou para pensar.-Você ainda não esqueceu ele, não é?
-Não é o que você está pensando.-Me afastei, ficando de frente pra ele.-Ainda sinto tesão por ele, assim como sinto por você. Mas aquela briga estúpida, eu já esqueci.
-Gostei da parte de sentir tesão por mim.-Ele enfiou a mão por dentro dos meus cabelos.-Então, que tal dar um banho nesse peão cansado?
-Ah, vai tomar banho com o Gabriel.
-Ta doida?-Ele riu.-Vai que ele deixa o sabonete cair.

Vanessa chegou no meio da farra. Eu estava na segunda taça de vinho, assistíamos a um filme de faroeste, a pizza já era. Estava deitada no colo dos dois peões. Aposto que naquele momento, ela ficou morrendo de ciúmes.

-Eita, nem me convida pra festa.
-Vanessa, Gabriel e Miguel. Meninos, essa é a Vanessa.
-Olá meninos.-Ela passou por mim.-Me ajuda a arrumar uma coisas aqui no quarto Flor?

Fui atrás dela meio que trupicando. Quando entrei, ela trancou a porta.

-O que conversamos sobre homens?
-Que eles são a escória da humanidade?-Eu ri.-Eu não ia deixar meus meninos lá fora no sereno.
-Você estava na maior fossa por causa desses dois até hoje de manhã.
-Pois é, agora estou feliz.-Sorri tentando encorajá-la.
-Está certo. Eu vou passar a noite fora.  Vai ter uma festa e o pessoal da faculdade vai se despedir das férias lá. Então, é uma boa ir pra sondar os gatinhos.
-Vá em frente.-Ela sorriu e jogou um pacote de camisinha encima de mim.-Preciso não.

Saí do quarto rindo, passei pela sala, recolhi a bagunça e levei pra cozinha.

Já passava da meia noite quando fomos dormir. Gabriel, como sempre caladão. Miguel que hora bulinava meus peitos, hora me beijava o pescoço. Estava me deixando desorientada. Mas dei uma de difícil, quando acabou o programa que estávamos vendo, me levantei, fui até o banheiro e depois fui para o quarto.

E não deu outra. Em poucos minutos, os dois entravam no meu quarto, como dois gatos sorrateiros.

-Vê se não apronta.-Gabriel falou.-Ou ela põe a gente pra correr.
-Põe nada.-Ele deitou ao meu lado.-Ela gosta, senão nem deixaria a gente subir.

Ai, quase mandei os dois pras cucuias naquele momento, mas me segurei.

Gabriel deitou também, me abracei a ele e Miguel me abraçou por trás.

Dava pra sentir um pau duro roçando na minha bunda. Eu estava com um pijaminha fininho, a mão dele começou a passar por baixo da minha calcinha.

Eu estava dormindo há um tempinho, mas acordei acesa, quando ele apertou o botão certo.

Larguei o Gabriel e me voltei pro Miguel. Ele me beijou, se colocou por cima de mim. As mãos dele emaranharam no meu cabelo, ele puxou a blusa do conjunto pra cima, até descobrir meus seios. A boca chegava a salivar, pouco antes de atacar meus mamilos. Ofeguei quando ele prendeu o direito entre os lábios, e segurou o esquerdo com a mão forte.



-Você está com uns peitos deliciosos.-Ele falou enquanto mamava neles.-O que andou fazendo?
-Nada.

Gemi quando ele usou os dentes. Devagarinho ele desceu distribuindo beijos pela minha pele, Fechei os olhos quando ele retirou meu short e me deixou nua. As mãos dele abriram minhas pernas e o hálito quente já estava tocando a carne macia entre elas.

Devagar ele começou a lamber, abriu bem as dobras, e começou a estimular até deixar meu clitóris inchado. Gemi alto quando ele começou a estimulá-lo com os dedos e a língua.

Ele veio pra cima de mim, só tirou o pau de dentro da calça e me penetrou. Tão diferente da última vez, foi uma investida rude e tão gostosa.

-Ah tava com tanta saudade desse calor.-Ele aproximou os lábios dos meus.-Desculpa gata, mas não dava pra agüentar mais.
-Eu quero que continue.-O beijei, abafando meus gemidos.-Estou adorando essa saudade toda.

Ele levantou minhas pernas e começou a estocar com força, eu gemia, Gabriel nem se mexia ao nosso lado. Se não ficasse nos vigiando feito um cachorro perdigueiro, não precisaria passar por aquela situação.

Eu estava pouco ligando. Miguel me colocou de bruços na cama e pincelou o pau melado na entrada do meu rabo. Gemi alto, feito louca quando ele começou a meter com força. Ele me chamava de gostosa, beijava minhas costas. Eu sentia aquele fogo crescente subir e descer.

Até ele começar a estimular o ponto que ele mesmo havia deixado inchado entre minhas pernas.

Aí sim acabou tudo de vez. Gozei e como gozei. E Miguel tirou os dedos melados da minha xaninha e colocou na boca, depois virou meu rosto e me beijou. Adorei sentir meu gosto nele. Ele me segurou contra a cama, levantou o corpo e estocou cada vez mais forte. Gritei de prazer, abracei o travesseiro, enfiei o rosto nele e me entreguei a mais um orgasmo. Miguel veio logo em seguida penetrando com força. Me abraçou pela cintura e ficou um tempo imóvel, respirando pesado entre meus cabelos.

Depois levantou e foi pro banheiro. Catei minhas roupas e o segui. Tomamos um banho rápido juntos e voltamos pra cama. Gabriel continuava quieto no canto dele.

Me deitei novamente entre os dois e apaguei.

No outro dia, pela manhã, não encontrei os dois na cama juntos comigo. Me espreguicei e senti o cheiro de dois homens diferentes em mim. Levantei e fui me arrastando até a sala. Gabriel estava lá, assistindo televisão.

-Ué, cadê o outro?
-Foi no mercado.-Ele falou sem olhar pra mim.-Já está com saudades?
-Vai começar.

Lhe dei as costas e entrei no banheiro. Escovei os dentes e me enfiei embaixo do chuveiro, estava com calor. Mais do que o normal, detesto ficar suada. Mas parecia que na cidade, o calor só aumentava.

Estava quase acabando minha chuveirada, quando ele entrou no banheiro. Devagar, começou a se despir e veio até mim. Fiquei excitada só em vê-lo ali, entrando no banho junto comigo. Mas a expressão dele estava me incomodando. E quando ele me segurou pelos cabelos e me puxou pro abraço, fiquei irritada.

-Você está me machucando idiota.
-Você agüenta.-Ele colocou o pau na entrada da minha bunda.-Tudo que o Miguel faz com você, você agüenta e gosta.
-Gabriel, me solta. Eu não estou gostando dessa brincadeira.
 
Ele pouco ligou, me empurrou contra a parede e meteu fundo dentro do meu rabo. Contraí na hora do medo e senti dor. Quando gritei, ele tapou minha boca e começou a arremeter forte dentro do meu corpo, até gozar.

Fechei os olhos, eles ardiam. Ele se afastou de mim, saiu de dentro do banheiro se secando e vestindo as roupas. Fiquei ali, sem reação, quando me dei conta do que realmente aconteceu, comecei a chorar. Por que eu ainda o amava, se era aquilo que eu receberia? Saí do banho depois de algum tempo, me sequei e me tranquei no quarto.

Deitei na cama e abracei o travesseiro. Me sentia tão suja naquele momento. Me arrependi de tudo que fiz, desde o começo dessa história. Mas não havia como voltar atrás. E como arrancar aquela dor do peito?

Fechei os olhos e apaguei. Acordei algum tempo depois, com Miguel deitado ao meu lado, acariciando meus cabelos.

-Há quanto tempo está aí?
-Faz um tempinho.-Ele parou os movimentos da mão.-Por que está chorando?
-Por nada.-Sequei os olhos com as mãos.
-Foi ele, não foi?
-Esquece ele.
-Logo vi que alguma coisa estava errada, quando entrei aqui e não encontrei nem ele, nem as malas na sala.-Ele me abraçou.-O que ele aprontou dessa vez?
-Foi o idiota de sempre.
-Ah Flor, como você consegue amar esse idiota?
-Eu não sei.-Me afastei dele e lhe dei as costas.-Nem você, que é um canalha assumido, me fez tão mal.
-Obrigado pelo elogio.-Ele sorriu e me abraçou por trás.-Isso passa. Um dia, se você se empenhar, vai passar.
-Eu sei.-Mentira, eu não sabia. Tinha medo de viver com aquele sofrimento pra sempre.-Fui fraca, mas foi a última vez. Da próxima vez que aparecer, deixa aquele desgraçado em casa.
-Preso na coleira.-Ele riu.-Isso foi um convite a voltar?
-Sempre que quiser.-Me aninhei mais ao abraço dele.


Miguel foi embora assim que terminou o café. Me encheu de paparicos, pegou o chapéu e partiu. Liguei pra Vanessa na hora. Ela ainda estava na tal festa, me chamou e como eu estava com o espírito fraco, fui.

Coloquei uma mini saia jeans e uma blusinha preta apertada.
Estacionei na frente da casa e pela quantidade de carros que estavam ali, a festa estava bombando.

Entrei, subi as escadas e toquei a campainha. Quem me atendeu foi Vanessa. Estava de biquini, com um copo de cerveja na mão e uma baita marca de chupão no pescoço. A festa ali devia estar boa.

-Menina, você veio.-Ela me deu o copo.-Pensei que aqueles dois iriam mantê-la ocupada o fim de semana inteiro.
-Já se foram.-Senti o cheiro da cerveja e devolvi.-Ta quente.
-Vem, vamos na cozinha pegar outra.-Ela saiu me puxando.-Você não vai acreditar em quem é o dono da casa... ah, olha ele aí.

Paulo estava saindo da cozinha, quando me viu. Abriu um sorriso largo e veio até mim.

-Pensei que não viria.
-Reuniãozinha bagunçada hein.
-É, fugiu um pouco do controle.-Ele piscou para Vanessa e ela saiu fora.-Então, o que quer beber?
-Qualquer coisa que não seja alcóolica.
-Hum, só tem água.
-Serve.-Fomos para a cozinha, ele abriu a geladeira e realmente, estava abarrotada de garrafas.-Vai beber água mesmo?
-Sim. Estou tomando remédio, posso acabar saindo daqui direto para um hospital.-Inventei a desculpa.
-Não vai ser a primeira. Há dez minutos saiu uma ambulância daqui.-Ele riu e pegou gelo, parou em frente a pia e encheu um copo com água.-Então, suas visitas já foram?
-Como você sabe...?-Claro, só podia ser a Vanessa.-Essa casa é sua?
-Mais ou menos.-Ele sorriu.-É dos meus pais.
-E onde estão?
-Em Nova Yorque.-Começamos a percorrer o jardim.-Não quer conhecer o meu quarto?
-Sem nem uma cantada primeiro?-Ele me pegou pela mão e me arrastou por uma porta lateral, entramos pelos fundos da sala, pegamos um corredor e ele abriu a terceira porta com chave.-Deixei trancado, só quem usa esse quarto sou eu.

Ele tirou o copo da minha mão e colocou sobre uma estante, me puxou pela cintura e colou os lábios nos meus.

Fomos tropeçando nos próprios pés até a cama. Ele me deitou e deitou por cima. As roupas foram descartadas uma a uma.
Seria o terceiro daquele dia. Três homens em um dia só. Me surpreendi comigo mesma.

Enquanto revirava nos lençóis do Paulo, pensei comigo. Aquela seria uma ótima forma de recomeçar. Se eu havia me entregado a outro homem, porque não poderia arrumar um relacionamento sério?



 Daquele dia em diante, nada de situações problema em minha vida. Eu arrumaria um namorado, levaria uma vida normal. E esqueceria toda mágoa do passado.

Comecei a estudar naquela mesma semana. Surpresa, foi encontrar Paulo na sala. Era nada mais, nada menos, que o professor de química, a pior matéria pra mim.


 Detestava fórmulas. Por isso, estava sempre tirando dúvidas e o provocando um pouquinho.

Certo dia, antes de sair de casa, uma coisa me ocorreu. Acordei muito enjoada. Cheguei a pensar, que era culpa do monte de besteiras que vinha comendo.

Mas uma aula sobre DNA e clonagem me fez cair na realidade.
Três meses entre a primeira vez que fiquei com o Gabriel e aquele dia. E desde então, nunca mais minhas regras vieram. Eu estava dormindo muito, comendo mal, chorando compulsivamente.

Saí da aula e fui direto em uma farmácia comprar um teste de gravidez.

Nem falei nada com ninguém. Fui pro banheiro, me tranquei lá, pensando que aquela idéia era absurda.

Fiz o teste. Nem esperou passar os cinco minutos, apareceram as duas benditas fitas rosa no teste.

Suspirei, não me permiti entrar em pânico. Eu iria fazer alguma coisa. Mas naquele momento, eu precisava fazer exames. Precisava saber quem era o pai e ainda tinha que pensar e deixar a ficha cair.

Em duas semanas, eu já estava com resultados precisos. Fiz contas. Tinha anotado em um diário íntimo, o dia em que fiz amor com Gabriel à primeira vez.

Pedi pro médico me esclarecer algumas coisas sobre datas. E não tinha mesmo como fugir, foi de primeira.

Fiquei um tanto abestalhada aqueles dias. Até que passei em uma loja, vi umas roupinhas de bebê e me empolguei.

Torcia pra que fosse uma menina. Adoro a delicadeza delas. Aonde eu olhava, só via crianças, mulheres grávidas. Mas parece que a ficha ainda não havia caído.

Claro, quando cheguei em casa com aquele monte de roupinhas de criança, fui obrigada a abrir o jogo com Vanessa. Mas no final, ela adorou a idéia, depois de ter me passado o maior sabão.

Aí chegou a complicação.

(LINK PRA 12º PARTE)
http://kantinhodoscontos.blogspot.com/2012/03/historias-de-peao-parte-xii_14.html