terça-feira, 12 de abril de 2011

De corpo e alma.


Desci do trem aquela tarde com uma mala bastante pesada. Estava contrariada, porque já havia chegado ao meu destino e até então, não sabia aonde iria me hospedar e nem há que horas era a reunião para qual fui designada as pressas.

Desculpa, não me apresentei. Meu nome é Geovana Gadelha, sou Italiana. Moro em Sicília, estava viajando até Roma. Sou uma das ex representantes da empresa do meu marido, Henry Gadelha. Trabalhamos com investimenos. Quando engravidei do meu filho Jacó, parei de trabalhar. E de repente, meu marido me enviou há uma reunião, com uma multinacional.
Fiquei apavorada, porque não sabia como andavam as finanças da empresa, não tinha um portfólio. Estava preocupada. E estressada. Pra completar, quando desci do trem, fui empurrada por uma velha mais mal humorada do que eu e caí ajoelhada na estação. Minha mala se abriu.
Fechei a mala as pressas, quando um homem se aproximou.
-Isso aqui voou da sua mala sinhorina.
Levantei meus olhos e parei no tempo. Melhor dizendo, voltei no tempo.  Leonardo. O meu amor de adolescência.  Ele era igualzinho há um ator de novela brasileiro, o Thiago Lacerda.
-Vana?
-Leo.
O tempo parou. Deixei de ser a empresária, bem sucedida, com um casamento impecável, para voltar a ser a adolescente apaixonada, que tinha borboletas no estômago, sempre que o via.
Ele me ajudou a levantar, não resisti quando ele me puxou para seus braços. Não ofereci resistência alguma, quando ele me beijou.
“Meu coração te procura, a solidão me devora, queria o futuro e o presente agora. Poder te abraçar, me perder em teu beijo, poder encontrar nos teus olhos o céu.”

O trecho da nossa música soou na minha mente. Fechei os olhos abraçada a ele, mas voltei a mim de repente e me afastei. Ele continuava a sorrir, como se nada houvesse acontecido.
-Madona Mia. Que está fazendo aqui? Deve estar congelando embaixo dessa neve toda.-Ele me deu seu casaco. Viajei sentindo o aroma e a quentura do corpo dele novamente tocando minha pele.-Venha, vamos entrar na estação. Eu a levo até seu hotel.
-Não estou em hotel nenhum.-Abracei os braços.-Por que está frio assim? Ao que me lembro, a última vez que nevou desse jeito, foi em 2005.
-Aquecimento Global.-Ele riu.-Ta todo mundo falando nisso ultimamente. E você corre o risco de ficar gripada.-Ele tirou uma chave do bolso.-Vamos até minha suíte. Você pode se secar, colocar uma roupa mais quente. E procuramos um hotel, ou até mesmo um quarto no meu hotel.
O segui calada. Não estava raciocinando. Meu lenço vermelho ainda estava pendurado na mão dele, a mão que segurava a minha. Minha mala, ele também estava levando.
Fechei os olhos, a música soava ainda em minha mente. Calafrios me percorriam o corpo. Me arrepiava sempre que ele sorria. Ele me levou até o outro lado da rua e entrou em um hotel enorme. Bonito, todo de mármore. Pegou uns papéis na recepção e me levou até o elevador.
-É tão bom vê-la.-Ele sorriu e me abraçou no elevador.-Nossa, cinco anos já se passaram.
-É.
-A última vez que a vi, você estava entrando para faculdade. O que fez de bom esse tempo?
-Muita coisa.-Respirei fundo.-Eu nunca mais ouvi falar em você. Se casou?
-Não. Estive trabalhando no Brasil, fiquei noivo, cheguei a morar com ela. Mas não deu certo.
-Ah, sinto muito.
-E você? Está usando aliança.
-Me casei há dois anos.
-Jura?-Ele ficou sério.-E pretendem ter filhos?
-Temos um bebê de três meses.
- E você está perfeita.-Ele me fez dar uma volta e o elevador parou.-Venha, vou pedir um chocolate quente pra você. Está com a mão gelada.
Entrei no quarto. Estava quente. Fiquei mais relaxada. Nem sabia como fui parar ali. Tirei o casaco dele, senti o aroma do perfume dele. Era loucura. Ele mexia comigo. Mexia muito.
Nos separamos quando entrei na faculdade. Eu quase não tinha tempo para vê-lo. E antes disso, nós vivíamos agarrados. Ele sempre foi ciumento. E resolveu fazer uma visita na faculdade. Quando me viu almoçando com um amigo, fechou a cara. Sentou ao nosso lado. Fiquei sem graça com a forma em que ele falou com o garoto. E mais tarde, tivemos uma briga feia. Resultou no fim do namoro. E por puro orgulho, não fui atrás dele. Fiquei mal aquele tempo, mas conheci Henry. Logo depois começamos a namorar. Não esqueci o Leo, nem mesmo quando passei a primeira noite de amor com meu novo namorado.
-Você não quer usar o banheiro?-Ele indicou a porta ao lado da sala.-Fica no quarto.
-Ah.-Entreguei o casaco a ele e peguei minha mala.-Preciso fazer uma ligação, se importa?
-Não dá linha. Com esse temporal, está tudo congestionado.
-Ah.
Peguei minha mala e fui para o quarto. A cama era linda, enorme. Com dossel. O banheiro era todo em mármore e vidro. Coloquei minha mala no chão, tirei a roupa devagar, senti um arrepio ao imaginá-lo entrando ali e me tomando embaixo do chuveiro.
Fechei os olhos. Embaixo do chuveiro quente. Era tão relaxante, que dava vontade de ficar ali a noite inteira. Mas não queria abusar, precisava procurar um hotel e falar com Henry. Saí do chuveiro, me secando com uma toalha deliciosamente macia. Tirei uma lingerie vermelha da mala, e percebi que não havia levado nada muito quente. Somente um terninho e meia calça grossa.
Peguei o robe dele e sequei o cabelo antes de sair do banheiro.
-Leo?-Fui atrás dele na sala e o encontrei atendendo o serviço de quarto, corei quando os dois me olharam.
-Querida, você quer descer para jantar, ou jantamos no quarto?
-Não quero descer.-Voltei para o quarto e respirei fundo.
Peguei o lap-top na mala, tentei conectar a internet. Quando finalmente consegui, enviei um e-mail para meu marido.
Chequei meus e-mails, fiz algumas anotações sobre as finanças da empresa e deixei meu MSN logado, caso Henry entrasse quando chegasse em casa.
Leonardo entrou no quarto com uma xícara fumegante de chocolate quente. Sentou do outro lado da cama e me estendeu a xícara.
-Ficou ótima com meu roupão.
-Eu trouxe roupas pra reunião. Fiz a mala às pressas.-Sacudi a cabeça.-Na verdade, meu marido me apressou, não tive cabeça pra fazer a mala. Peguei coisas fúteis, um livro, carregador de celular, as roupas pra reunião. Mas nada para vestir enquanto estivesse no hotel.
-Hum, não vejo problema se quiser ficar a vontade.-Corei e ele riu.-Desculpe, só queria descontrair. Você parece tensa.
-Estou. Nem sei o que estou fazendo aqui. Ainda estou de licença, mas meu marido insistiu que para essa reunião, só eu estava apta a representar a empresa. Sem contar que deixei meu bebê com minha sogra e não confio naquela mulher.
-Entendi.-Ele recostou na cama.-Só resta a você, relaxar e esperar poder se comunicar com ele quando as linhas voltarem ao normal.
-Sim.-Respirei fundo e recostei na cama, junto com ele.-Por que me beijou na estação?
-Porque foi à primeira coisa que me passou pela cabeça, quando a vi.-Ele tocou meu rosto.-Estive recordando os velhos tempos. Nossos passeios, viagens. As loucuras.
-É mesmo?-Eu já estava derretendo mais uma vez.-E... você recordou muita coisa?
-Tudo.-Ele aproximou mais o rosto do meu.-Principalmente isso.
Leonardo me beijou com fome. Um beijo bruto, sensacional. Do jeito que nos beijávamos antigamente, só que com uma forma mais madura. Mais sensual.
Leonardo me deitou na cama, deliciosa, fofa, quente.  E deitou-se por cima de mim.
Não sabia ao certo o que estava fazendo, mas deixei que ele me beijasse, o abracei, entrelacei os dedos entre os cabelos dele. E ele desceu a mão pelo meu corpo, puxou o laço do meu robe. Fiquei quente da cabeça aos pés, quando ele me viu em lingerie vermelha, ali para ele. Nossos lábios se afastaram e ele me olhou de cima a baixo. Senti-me ficar úmida naquele instante, enquanto ele passeava os olhos pelas minhas curvas e deslizava a mão pela minha cintura.
Eu sabia que estava fazendo a coisa errada, mas a sensação era boa. Na verdade ótima. Me senti excitada como há muito não sentia. Tesão, nem sabia mais o que era isso. Desejo, muito desejo e louco, avassalador. Estava louca para me soltar. E respirava ofegante, como se fosse um animal preso há uma coleira, querendo correr e correr.
Ele me fez sentar na cama, voltamos a nos beijar, eu o ajudei a se despir. Ele era quente, ainda tinha mãos firmes e sabia aonde pegar. Desceu a alça do meu sutiã e expôs meus seios. Eu ainda amamentava, fiquei constrangida, quando ele os enfiou na boca, sugando e lambendo. O tesão só fez aumentar.
Leonardo soltou meu sutiã, nos abraçamos, nossos peitos ficaram colados. Senti estremecer por dentro, quando o senti de encontro ao meu corpo. Ele sugava meu pescoço, lambia minha orelha. Desci a mão até o cinto dele, ofegava louca para tê-lo dentro de mim. Deus, há tempos eu não fazia amor.
Ele me deitou na cama e fiquei ali esperando pelas atitudes dele. Murmurava coisas desconexas. “Gostosa”, “linda”. Coisas do tipo. “Vou te comer inteira”.
Até que paramos, por alguns instantes, um olhando nos olhos do outro.  Todo o passado, tudo que vivemos. Eu relembrei naquele momento. E ele estava me olhando como se também relembrasse. Me ajoelhei na cama junto com ele, as mãos dele passeavam sobre meu corpo. Ele me abraçou, nossos lábios estavam próximos e mutuamente, olhando nos olhos um do outro, dissemos de uma só vez.
-Eu te amo.
Nossos lábios se encontraram mais uma vez. E senti o membro dele pulsando contra minha virilha. Louco, duro, latejava. A calça estava aberta, a cueca branca estava à mostra.
Nosso beijo se tornou mais furioso, minhas unhas arranhavam as costas dele, a mão dele que estava em minha nuca, desceu para minha calcinha. Ele a rasgou. Meteu a mão entre minhas pernas. Eu estava muito molhada. E ele se aproveitou disso, para pressionar meu clitóris. Gemi alto quando ele começou a mexer ali. Enfiava o dedo na rachinha, deslizava pra cima e pra baixo. Senti que estava sendo transportada para fora do corpo. Aquela sensação do pré-gozo. Eu não conseguia ficar sem gemer.
Ele me deitou sobre a cama, abriu minhas pernas, com a língua, pressionou ainda mais meu clitóris e o sugou. Saí da terra e fui pro céu. Não conseguia parar de gemer e me contorcer. Cheguei até a segura-lo pelos cabelos e puxá-lo para que não saísse dali. Estava tão bom, que gozei a ponto de molhar a cama, lambuzá-lo.
Senhor, um gozo desses, é perfeito. Nem precisava de mais nada. Fiquei ali, respirando pesado, recuperando forças. Ele tirou as calças, vi aquele homem hesitar em continuar. Ele me olhava, como quem não sabe o que fazer.
-O que você tem?-Perguntei sentando na cama.
-Você quer continuar?
-Eu te quero.-Engatinhei até ele e pus a mão na barra da cueca.-E se você parar agora, eu juro que arranco esse imprestável fora.
Ele riu. Eu baixei a barra da cueca dele e vi o pau dos meus sonhos outra vez.  Não me contive, abocanhei aquele pau delicioso. Ele grunhiu quando sentiu minha boca acolher seu pau. E quando comecei a chupar e enfiá-lo na boca até onde cabia, ele gemeu ainda mais alto. Eu adorava quando um homem demonstrava o prazer que sentia comigo.
Tirei ele da boca, deslizei os lábios pelo corpo até o saco. Suguei, segurando firme nele e punhetando. Leo segurou meus cabelos, eu voltei a enfiá-lo na boca. Ele gemia e grunhia. Vez ou outra eu olhava pra ele, estava alucinado. E logo iria gozar. Mas eu queria ele dentro de mim. Não na boca.
Soltei o brinquedo e me ajoelhei mais uma vez na cama, buscando beijá-lo.
-Quero você.-Falei no ouvido dele.-Me fode.
Caímos na cama juntos. Ele me penetrou devagar. Estava apertado. Eu ainda não havia feito sexo, desde que o meu filho havia nascido. Parecia que aquele médico havia me devolvido a virgindade.
Fui mulher e agüentei firme. Ele entrou rasgando tudo, com aquele pau. Ah saudade daquele pau. Ele sentiu que estava apertado, ficou um tempo quieto. Me beijou, voltou a se mover entre minhas pernas. Eu fiquei em chamas. Comecei a me mover contra ele. Meu corpo tinha vida própria. Fechei os olhos e gemi. Nossa, como aquilo era bom.
Os lábios dele sobre os meus, as mãos me estimulando. Ele me abraçou, rolou pra cama e me pôs por cima. Agora eu subia e descia no mastro dele e gemia porque sentia ele inteiro dentro de mim.
Ele me puxou, me abraçou e enquanto nossos lábios se saboreavam, ele arremetia com força, pra cima e pra baixo. Rápido, forte. O tesão só fez aumentar. Quando menos esperei, estava gozando. Mais uma vez.
-Sonhei tanto com esse corpo.-Ele falou quando estava gozando.-Ah mulher, você me deixa louco.
Enquanto gozava, o pau dele ficou mais duro, ele metia mais fundo. Gritei enquanto começava a gozar junto com ele. Sentir o pau pulsando me deixava louca.
Caí exausta sobre o peito dele. Os dedos emaranharam entre meus cabelos. Ele me beijava. Acariciava meus cabelos, minhas costas.
Fechei os olhos feliz. Que reencontro.
Nem percebi que havia cochilado. Mas acordei com o celular tocando. Levantei a cabeça, estiquei o braço e peguei o aparelho. Era o número do Henry.
-Oi.
-Querida, finalmente consegui linha.-Ele falou aliviado.-Perdão amor, eu não sabia que estava tendo tempestade de neve em Roma.
-Henry, se você soubesse a raiva que to de você, não me ligaria tão cedo.
-Querida, desculpe. Eu tinha pressa e acabou que a reunião foi cancelada por conta da nevasca.
-Filho da puta! Me mandou pra uma tempestade de neve, sem um casaco. E ainda vem me dizer que a porcaria da reunião foi cancelada?
-Escuta, estou mandando um jato te buscar. Em duas horas ele estará no aeroporto.
-Duas horas?
-Sim, mandei desde cedo. Não consegui falar com você.
-Miserável.-Respirei fundo.-E como está o bebê?
-Bem, minha mãe está cuidando dele. Desculpe amor, quando você chegar, eu compenso minha falha.
-Certo. Quando eu chegar à gente conversa. Sério.
Desliguei o celular e respirei fundo. Vesti o robe e fui pra sala. Leonardo estava lá terminando de aprontar uma mesa. Quando me viu fechou a cara.
-Droga, estragou a surpresa.
-Estou indo embora.
-Não vai jantar comigo?
-Sim, acho que da tempo.-Cruzei os braços sobre o peito.-Isso foi inacreditável.
-Foi lindo.-Ele se aproximou de mim, me puxou pela cintura.-Ter você de novo. Poder te beijar, abraçar. Ser o primeiro, outra vez.
- Você foi mesmo.
-Três meses, você disse?
-Sim.
-E nada?
-Nada.-Suspirei.-Nosso casamento é convencional. Agora que temos um bebê, só precisamos manter as aparências.
-Nunca imaginei ver você submetida a isso.
-Resolvi mudar depois que você sumiu.-Deitei a cabeça no peito dele. Tanto tempo que não me sentia protegida e amparada.-Me refugiei nos braços dele pra não te procurar. Acabamos casados. Meu filho é um bebê lindo. E espertinho também.
-Imagino.-Ele acariciou meus cabelos.-Fui na sua formatura.
-Está brincando.-Me afastei para olha-lo nos olhos.-Por que não falou comigo?
-Vi você com um cara. Não quis atrapalhar. Afinal, eu era um desenhista sem futuro e você estava se tornando uma futura empresária. Parecia que ele combinava mais com você.
-Ah, ele e você são realmente opostos.-Me afastei dele.-Mas você não está com cara de quem não tem futuro. Olha onde está hospedado.
-Esse hotel é meu.-Ele sorriu orgulhoso.-Arquitetei e construí pedra por pedra.
-Mentira.
-Juro.-Ele suspirou.-Levou quatro anos pra ficar pronto. Vendi até meus cabelos para conseguir isso. Hoje, é um sucesso. É bonito, confortável. E estou projetando outros. Já me contrataram para projetar um na Sicília. Na verdade, tinha uma reunião hoje, mas acabei cancelando. Estava muito frio para tirar uma pessoa de um lugar tão longe.
-Reunião?-Sacudi a cabeça.-Com quem?
-Com um representante da Intercorpus.
-Eu não acredito.-Suspirei.-Era comigo. Por sua culpa estou aqui perdida na neve.
-Não, eu liguei bem cedo avisando. Uma senhora me atendeu. Grosseira. Deixei o recado com ela.
-A vaca velha da minha sogra.-Respirei fundo.-Vim a toa.
-Não veio não.-Ele me puxou novamente.-Você está aqui comigo. É minha segunda chance de ter a mulher da minha vida. Não foi a toa.
-Leo.-Aproximei o rosto ao dele e o beijei.-Foi maravilhoso. Há anos eu não me sentia tão viva.
-Então fica comigo essa noite.
-Ora, se você tem negócios na Sicília, por que não vem comigo?
-Como?
-Você pode vir comigo. Henry mandou um jato particular. O que você acha?
-Não sei. Fazer negócios com seu marido, não me atrai.
-Mas você já ia fazer, sem saber que ele é meu marido.-O beijei mais uma vez.-Vamos lá, imagina você projetando um prédio o tempo que vai levar. Podemos ficar mais tempo juntos.
-Não Geovana.-Ele me segurou pelo pulsos.-Você agora, pertence há outro homem. Nunca me aproveitei de ninguém e nunca gostei e sacanear alguém. Por favor querida, não me peça pra começar agora.
-Mas Leo...
Fui interrompida pelo serviço de quarto. Aproveitei que ele foi abrir a porta e me tranquei no banheiro. Me senti envergonhada pelo que havia proposto a ele. Realmente, fui egoísta. Mas não tinha necessidade de falar comigo daquela forma.
Respirei fundo, joguei água no rosto, mandei pra longe as lágrimas. Quando saí do banheiro, ele me esperava, sentado na cama.
-Eu não queria te magoar.-Ele falou quando me viu.
-Está certo. Não tem importância. Vamos jantar?
-Você ficou chateada.
-Não.
-Ficou sim, eu te conheço.-Ele me puxou para sentar em seu colo.-Meu amor, não quero ser seu amante, enquanto você divide uma casa e uma cama, com outro homem. Você sempre foi minha e se quiser voltar a ser, venha ficar comigo. Largue o casamento de fachada.
-O que?-Me levantei do colo dele.-Não posso fazer isso. Eu tenho um filho, ainda é um recém nascido.
-Posso cuidar dele tão bem quanto seu marido.-Eletambém se levantou.-Entenda Geovana,  se aconteceu, é porque tem algum motivo. Não vamos disperdiçar essa oportunidade agora.
-Leonardo, isso é loucura.
-Pensa.-Ele me estendeu a mão.-Venha comigo, vamos jantar. Depois, você me fala o que acha da minha proposta.
Jantei com ele aquela noite. Não nos tocamos mais. Ele me levou até o aeroporto, o jato estava a minha espera. Fui embora sozinha.
Estava exausta quando entrei em casa pela madrugada. Passei direto no quarto do meu filho. Ele estava dormindo, aparentemente bem. Fui para meu quarto. Henry estava no décimo terceiro sono. Me deitei sem trocar de roupa. Pensando naquela loucura daquele dia, adormeci.
Estava acabado tudo mais uma vez. O homem da minha vida apareceu no meu destino e voltou a sumir.
Quem sabe um dia a gente se reencontra?
Não acho que não. Tem gente que passa a vida inteira, sem encontrar um grande e verdadeiro amor. Eu o encontrei duas vezes e deixei passar. O destino não seria bom comigo uma terceira vez.



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